Olá,
Decidi dedicar este espaço a um tema que aflige cada vez mais pessoas, especialmente em tempos de pandemia. Mas, o que depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, síndrome do pânico e síndrome de burnout tem a ver com Autoconhecimento e os temas que temos abordado aqui? Muito.
Sintomas da Síndrome de Burnout ou de Pânico
Falta de ar, taquicardia e aperto no peito nem sempre são sinais de problemas cardiovasculares ou mal estar inesperado. Quando estão associados a sensações de angústia, ansiedade e tristeza, sem motivo aparente, esses sintomas podem caracterizar quadros mentais e comportamentais. Os mais comuns são quadros psicossomáticos, quando há manifestação física sem uma causa médica reconhecida.
É importante buscar apoio de um especialista pois é muito difícil, embora não impossível, sair desta situação sozinho. Aqui busco apenas relacionar algumas informações que podem apoiar neste difícil processo. A compreensão do que se passa na mente de quem está sofrendo por ansiedade e/ou crise de pânico ajuda a dar a volta por cima nesse tema tão complexo.
A manifestação física de dor e desconforto é um alerta de urgência, de algo que precisa ser ajustado rapidamente. Bendita dor que nos faz resolver as coisas importantes, que acabamos deixando para depois, e por isso se tornam urgentes.
Sintomas: durante as crises, com duração de até 30 minutos, é comum sentir falta de ar, taquicardia, angústia, aperto no peito, sudorese, tontura, dor de cabeça e mal estar generalizado (similar à labirintite).
Diferenças estão basicamente na causa (gatilho):
- Síndrome do Pânico: causas podem ser diversas
- Síndrome de Burnout: diretamente associada a situações de estresse nas relações trabalho. Comum em carreiras nas quais há contato direto com pessoas, e que proporcionam constantemente situações de pressão: carreiras executivas e ambientes altamente competitivos exigentes.
- Estresse pós-traumático: situações traumáticas como assalto, violência em geral, tragédias naturais e acidentes vividos pelo paciente ou familiar, seja por lembrar-se do ocorrido ou em contato com situações similares, comum paciente ter sonhos frequentes com o trauma e perda da qualidade do sono.
A origem do “Pânico”
A palavra “pânico” tem origem histórica. Ela provém do nome de um deus das tradições grega e latina, o deus Pã (pelo grego) ou Pan (pelo latim). Pan em grego significa tudo ou todo. A palavra grega panikón, significa literalmente “medo sobre o que vem de Pã” ou medo infundado e incontrolável pela razão ou medo de tudo.
Segundo lendas da mitologia grega, o deus Pã costumava residir nas grutas localizadas nas florestas, sendo também um andarilho que vagava pelas montanhas e pelos vales, procurando por caça ou diversão, dançando com as ninfas, alegre e amante da música. Era considerado o deus protetor dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores. Inspirou o clássico de Walt Disney, Peter Pan, personagem que se recusa a crescer e passa a vida em aventuras mágicas.
Por possuir características de um ser humano, mas ter também chifres, orelhas e pés de bode, o deus Pã provocava, com seu aparecimento horror nos pastores e camponeses, por seu aspecto diferente (O preconceito ao diverso não é exclusivos de nossa época… ). A igreja Católica na Idade Média, através da Inquisição contribuiu sobremaneira para criar uma imagem negativa sobre a expressão de espiritualidade dos Celtas e seus sacerdotes Druidas que cultuavam a Natureza.
O medo súbito e sem explicação que era provocado pelas trevas e pela solidão em viagens, especialmente noturnas, pelas florestas deixava as pessoas aterrorizadas, e acabou associando-se à palavra Panikón -> Pânico.
Mas, independente do termo, por que certas pessoas desenvolvem Pânico de uma forma sistemática e repetitiva: a Síndrome do Pânico?! Não é trivial compreender isso. São muitos os gatilhos que podem disparar esse processo.
A forma que considero a mais apropriada para este entendimento, e falando em primeira pessoa, de quem já a superou uma síndrome de Burnout, exatamente por este caminho, é através do entendimento lógico sobre o que desencadeia nossos medos e o porquê. Vamos então buscar entender como funciona a nossa mente, iniciando pelo seu aspecto mais denso, o cérebro. E em seguida, investigamos as “sutilezas” da mente.
Entendendo o funcionamento do(s) nosso(s) cérebro(s)
Por que nos comportamos do jeito que nos comportamos?! Por que agimos de certa forma e não de outra?!
Entender como cada parte de nós funciona é importante para o autoconhecimento. Autoconhecimento é um profundo e contínuo processo de dar-se conta, de perceber como agimos e reagimos aos estímulos internos e externos, aprender a partir deles, retroalimentar para fazer melhor na próxima vez, melhorar sempre. O propósito da vida é evolutivo, para tanto é necessário experimentar diferentes estímulos e aprender a partir deles.
Um cérebro que evolui…
Ao longo de milhões de anos, o corpo humano, assim como seu cérebro, evoluíram até chegar ao estágio atual. A partir desta história evolutiva e observando os demais seres vivos, busca-se entender esse complexo sistema. Estamos longe de conhecer toda a potencialidade do nosso cérebro e da nossa mente, mas já temos algum avanço. Essa compreensão pode ajudar a agir de forma a influenciá-lo positivamente a nosso favor e, de certa forma, talvez a aprender mais rápido, a partir dos obstáculos encontrados no caminho e suas relações de causa-consequência.
Jacques Fradin é um médico, terapeuta, que trabalha no desenvolvimento de uma abordagem neurocientífica da terapia cognitiva e comportamental. Seus estudos estão associados ao termo francês ANC – L’Approche Neurocognitive et Comportementale, cuja traducão seria Método Neurocognitivo e Comportamental.
Gregory Caremans, que trabalhou com ele, resumiu sua teoria em um curso mais pragmático e aplicado através de uma instituição, Brain Academy, o qual usei como base resumida para o entendimento aqui contido.
Tomamos cerca de 10.000 decisões todos os dias. Fradin sistematizou 4(quatro) grandes estruturas no nosso cérebro, responsáveis pelas nossas decisões e ações. Além disso, ele percebeu em seus estudos que, a cada instante, apenas uma destas 4(quatro) decide, apesar de coexistirem e trabalharem em paralelo. Essas 4(quatro) estruturas são:
- Cérebro Reptiliano (RB) – responsável por nosso instinto de sobrevivência
- Cérebro Paleolímbico (PB) – responsável pela nossa autoconfiança e confiança nos outros
- Cérebro Neolímbico (NB) – responsável pela essência de quem nós somos, nossa personalidade e nossas motivações
- Cérebro Pré-frontal (PreB) – o que nos diferencia de todos os demais seres na Terra, a capacidade de raciocinar, criar e ter consciência de nossa própria existência
Por meio de nossa compreensão de como nossos cérebros funcionam e seu impacto em nosso comportamento, vemos o impacto de nossas ações em nós mesmos e nos outros (Autoconsciência, Autoconhecimento). Isso nos ajuda a estar em paz conosco mesmos e sermos mais tolerantes, com palavras e ações que possa tornar o mundo um lugar melhor para se viver .
Olhando para qual parte do cérebro está ativa em cada situação, quando dizemos coisas, quando nos comportamos de uma certa maneira, a partir daí estaremos tomando decisões, ações e comunicando para alterar isso, se necessário. Note que esse estado de atenção sobre como agimos, nos comportamos e decidimos está diretamente relacionado ao conceito de Mindfulness que discutimos recentemente. Assim, passamos a nos concentrar nas causas ao invés dos sintomas.
Como funciona cada uma destas 4 (quatro) partes do nosso cérebro ?!
1. O Cérebro Reptiliano (RB – Reptilian Brain)
Localizado no fundo do crânio, é responsável por todos os tipos de funções fisiológicas básicas: respiração, pressão arterial, frequência cardíaca, etc. É onde se comandam nossos instintos de sobrevivência individuais, responsável por lidar com a vida e situações ameaçadoras. Esta parte do cérebro faz a diferença entre a vida ou a morte. Sem pensar duas vezes, instintivamente, aciona todos tipo de respostas fisiológicas para maximizar um resultado positivo, funcionando como um sinal de alarme ao enfrentar o perigo, caso contrário, está apenas num modo de espera.
O cérebro reptiliano numa situação de perigo, escolhe entre 3 (três) estratégias:
Fugir: correr para salvar sua vida – enviando mensagem para bombear mais sangue para suas pernas para que as células e músculos recebam mais oxigênio, você pode correr mais rápido
Lutar: se você tiver um tamanho razoável para enfrentar o inimigo – não significa que necessariamente lutará, pois poderá vencer apenas o intimidando. Igualmente, o sangue será apressado, mas não para as pernas, mas para seus braços e mãos, que serão capazes de se unir com força, e sua mandíbula que ficará rígida e energizada.
Paralisar: fingir de morto, chamar a menor atenção possível, para que o predador possa ignorá-lo ou até mesmo considerar que você não é interessante o suficiente como uma presa – aqui ao contrário, sua frequência cardíaca irá desacelerar, os níveis de energia irão cair, e se tudo der certo…, o predador irá ignorar você.
Stress
Como o ser humano deixou de viver em florestas, os ursos, tigres e leões, de hoje são bastante diferentes. Nós não saímos correndo, nem brigando por aí, pelo menos a maioria de nós. Contudo, nosso cérebro reptiliano ainda guarda essas memórias de estratégias, e ainda ativa esses mecanismos, mesmo quando a vida não está realmente em perigo, mas quando somos confrontados, contrariados. Confundimos uma situação cotidiana com um perigo percebido que poderia ser qualquer coisa. Provavelmente devemos ser a única espécie na Terra que é capaz de se preocupar algo que pode nunca acontecer.
Sempre que enfrentarmos um perigo , que não precisa necessariamente ser uma ameaça à nossa vida, essa química imposta pelo cérebro, sem a devida contrapartida física (correr, lutar, congelar) nos fará sentir algo que se espalhou por todo o mundo moderno: nos sentiremos estressados.
Um urso parado na nossa frente pode ser hoje o nosso ônibus que atrasou, ou nosso parceiro que nos contrariou, ou o engarrafamento. Nestas situações queremos fugir, brigar ou sumir. Então, nossas mãos podem começar a tremer, nossos pés se mover, os dedos mexer na caneta ou tocar um anel, desejar ir ao banheiro novamente, etc.. Podemos ter medo de falar em público, sentir tensão nas pernas e na voz, ter palpitações, insônia noturna…
A tensão não liberada começa a se acumular: no pescoço, braços, a fala em voz alta, movimentos bruscos, perder a paciência, os olhos ficam ligeiramente estrábicos para focar em nossos alvos, como se estivéssemos em vôo, e assim por diante. A opção de congelar, talvez não seja muito melhor: o corpo desacelera, a voz quase não sai, a fala muito lenta, cada vez com menos palavras, o choro é comum, e se tem dificuldades para respirar.
Enfim, a vida urbana e moderna bagunçou nosso sistema… E para piorar, o o ser humano tem um desafio adicional: somos capazes de imaginar e criar em nossas mentes o perigo, ainda que ele não exista de fato. E disparamos todos esse processo como se estivesse acontecendo de verdade.
Para complicar ainda mais, cada pessoa tem uma forma diferente de acionamento dos mecanismos de fuga-luta-paralisação, de forma que o efeito é exponencializado quando as reações são heterogêneas. Por exemplo, se uma pessoa tem acionamento de paralisação ou fuga, em contato com outra que tem acionamento mais inclinado a luta, a situação pode sair totalmente do controle e gerar uma relação catastrófica. Além disso esses mecanismos podem se alterar em curtíssimo tempo, tornando as relações humanas extremamente complexas. Observar e compreender que estes mecanismos simplesmente acontecem é importante para compreendermos as situações da vida sob uma outra perspectiva e agir de forma mais inteligente sobre elas.
Então como lidar com isso, com o stress?
Primeiramente precisamos entender que o mecanismo acima Fuga-Luta-Paralisia não é exclusivamente seu. Todo ser humano tem hardware e sistema operacional similares. Logo a forma como o outro age influencia o seu mecanismo e a forma como você age influencia o mecanismo dos demais. Isso significa que compreender que suas ações podem melhorar ou pior uma situação é o ponto fundamental. Para lidar com alguém atuando através do cérebro reptiliano, precisamos ajudar a pessoa a sair dele. Como?! Em geral:
- Se ansioso(a): ofereça alternativas
- Se agressivo(a): deixe fluir
- Se desamparado(a): ofereça apoio
Por isso, o total cabimento nas tradições espirituais:
- “Seja a mudança que você quer ver no mundo” [Mahatma Gandhi]
- “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas” [Mateus 7,12]
- “Não ferir os outros com o que causa dor a si mesmo” [budismo]
- “Melhor usar pantufas do que tentar colocar tapete no mundo.” [budismo]
2. Cérebro Paleo-limbíco (PB – Paleo-Limbic Brain)
A segunda estrutura cerebral que vemos é cérebro paleo-limbíco (PB). A amígdala paleo-límbica está localizada logo acima do cérebro reptiliano (RB). Em termos evolutivos PB se desenvolveu com o surgimento dos primeiros mamíferos que passaram a viver em rebanhos para maximizar as chances de sobrevivência do grupo, porém a vida social precisava ser regulada. Para isso, o cérebro paleo-límbico define uma posição do indivíduo em relação ao resto do grupo. Ele regula os conflitos internos de uma pessoa e dela com um grupo de pessoas. Esta posição dentro do grupo está definida ao longo de 2 eixos:
- Autoconfiança – muita autoconfiança pode levar a achar que somos mais e melhores do que os demais, um certo narcisismo. Por outro lado, baixa autoconfiança levará a sermos submissos e não sabermos o momento certo de dizer “não”, levando a uma depressão melancólica
- Confiança nos demais – nenhuma confiança nos demais leva a marginalidade, ao afastamento, à perda de contato, de confiança nos demais, a um discurso megalomaníaco, a um sentimento de exclusão e teorias da conspiração. Já por outro lado, um excesso de confiança nos demais leva a confiar demais nos outros e de certa forma à inocência, confiando coisas muito pessoais a estranhos, mas também a perceber significados ocultos nas palavras, a nos comunicar de outras formas, sem palavras, a conectar-se com o universo, etc
Poder
Trata-se de um cérebro bastante arcaico, onde autoconfiança e confiança estão profundamente enraizados em nós. Esta estrutura cerebral e mental está diretamente relacionada ao poder, ao poder de influência entre o indivíduo e a sociedade. Nosso poder em relação aos demais e o poder dos outros em relação a nós. Na maioria das vezes isso acontece de uma forma muito instintiva e sutil, na maioria das vezes nem sabemos exatamente o que está acontecendo, eventualmente posso estar sendo empurrado para baixo pelos outros ou eu os esteja empurrando para baixo.
Em situações de bullying quando de forma sistemática e repetitiva ocorrem atos de violência física e psicológica, tais como intimidação, humilhação, xingamentos e agressão física, de uma pessoa ou grupo contra um indivíduo.
Ou nas em situações denominadas síndrome do impostor, quando em um sucesso repentino, podemos nos sentir como se fôssemos uma fraude, e como se não pertencêssemos a esse lugar, com um medo persistente de ser exposto como uma fraude, como incompetente… Essas emoções e comportamentos estão profundamente enraizados em nós.
Como lidar com poder?!
Muitas pessoas sofrem com submissão e sentimento de culpa por coisas que não vão bem. Já pessoas dominantes, em sua visão distorcida da realidade, se acham sempre as causadoras dos sucessos, mas nunca dos fracassos, que atribuem aos outros, são portanto, incapazes de questionar suas ações, o que pode até funcionar em curto prazo, mas certamente é sua ruína no longo prazo, pois os impede de estabelecer relacionamentos autênticos e duradouros.
Como sempre o equilíbrio é o caminho da assertividade. Como diria Buddha, “o caminho do meio”. Como nos relacionar com pessoas não equilibradas no sentido da autoconfiança e da confiança nos outros? Devemos ter consciência da posição do outro em relação relação a cada uma delas e respeitar. Todos estamos aqui aprendendo, e cada um num diferente estágio de aprendizado. Não existe melhor ou pior, existe apenas um momento, um estágio. Por isso o não julgamento é tão importante:
- “1Não julguem, para que vocês não sejam julgados. 2Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. 3Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?4Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu?5Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.” [Matheus 7; 1:5]
- “Que ninguém encontre defeitos nos outros. Que ninguém enxergue as omissões e as fraquezas alheias. Mas que cada um veja seus próprios atos, feitos ou não” [verso 50, Dhammapada, o Caminho do Dharma, contido no cânon páli Teravada, o mais conhecido e traduzido texto budista]
- “O motivo pelo qual não é fácil para as pessoas viverem em paz / está no fato de saberem demais.” [Tao Te Ching]
Não existe certo ou errado, cada pessoa vive a sua realidade, a sua situação de momento com o nível de consciência que possui. O importante é buscar assertividade e neutralidade no seu agir, sempre de acordo com as regras e dentro de um lugar de empatia buscar respeitar e entender o momento do outro e ajudá-los a refletir sobre seus comportamentos, por mais agressivo ou submisso que lhe pareçam.
Através do cérebro Paleo-Límbico lida-se com os demais, administrando:
- Ser neutro e objetivo nos posicionamentos e comentários
- Usar referências, regras e leis
- Ajudar aos demais a refletir sobre seus comportamentos perante você e/ou os demais
3. Cérebro Neo-Límbico (NB – Neo-limbic Brain)
Uma terceira estrutura do nosso cérebro é o Neo-límbico. Fisicamente localizado mais ao centro da cabeça, acima do cérebro Paleo-Límbico. É onde ficam armazenadas as nossas mais profundas motivações e emoções. Onde reside a nossa memória e consciência. Todas as vivências significativas que tivemos ficam ali registradas: o bom, o mau, o bonito, o feio, resultados do nosso aprendizado.
Aqui existe um ponto muito importante. Aprender significa condicionar. Como?!?! Sim. Todas as vezes que aprendemos e registramos algo significa que definimos um padrão e uma fórmula. Para tanto, somos influenciados pelo nosso eu individual, por outro somos influenciados pela sociedade, pelo ambiente pelo qual nos inter-relacionamos. O cérebro neo-límbico é onde a consciência reside. É aqui onde estamos a maior parte do tempo, quando agimos racionalmente. Ele reconhece situações que já vivenciamos e busca o conjunto de procedimentos operacionais associados àquela situação, ou seja o condicionamento.
Como dirigir, como usar um computador, como falar, diferentes línguas, como escrever, como se comportarem público e todas as etiquetas sociais que aprendemos ao longo da vida.
O cérebro Neo-Límbico sempre busca maior eficiência, então cria procedimentos e atalhos para agir de forma mais automática possível e liberar tempo para processar outras coisas simultaneamente, como por exemplo dirgir e conversar com alguém ao seu lado ou almoçar pensando no trabalho ou trabalhar pensando no seu marido ou esposa, e assim por diante.
Motivação
O que te motiva?! O que te dá energia, paixão?! O que te sustenta?!
As Motivações Primárias são construídas logo no início de nossas vidas e permanecem fixas por toda nossa vida, fazem parte do núcleo de nossa personalidade. São fonte de energia, um motor contínuo. Também não demandam recompensas, pois independem do resultado. A alegria existe por si, independente da opinião dos demais. O que você faz, que te faz feliz? O que te energiza?
Já nossas Motivações Secundárias são mutáveis, nos custam energia e requerem resultados. Isto nos leva a três tipos de motivação para que possamos fazer algo:
- Alegria
- Satisfação
- Alívio
Intolerância
Quais situações você não tolera?! Por qual(is) motivo(s)?! Toda vez que nos irritamos com algo, trata-se de um resíduo de alguma experiência anterior, em geral negativa, que já tivemos. Mas quanto tempo gastamos com isso?! Compensa?! (“Você quer ser feliz ou quer ter razão?!”)
4. Cérebro Pré-frontal (PreB)
Seria possível “desligar” os demais cérebros: reptiliano, paleolímbico e neolímbico, quando de fato não precisamos deles, quer dizer quando precisamos algo além deles?! Sim, a chave para fazer isso, está em nosso Cérebro Pré-Frontal.
Relembrando:
- Cérebro Reptiliano (RB) – responsável por nosso instinto de sobrevivência
- Cérebro Paleolímbico (PB) – responsável pela nossa autoconfiança e confiança nos outros
- Cérebro Neolímbico (NB) – responsável pela essência de quem nós somos, nossa personalidade, nossos condicionamentos e nossas motivações
- Cérebro Pré-frontal (PreB) – o que nos diferencia de todos os demais seres na Terra, a capacidade de raciocinar, criar e ter consciência de nossa própria existência
O cérebro pré-frontal é a solução para a maioria das situações em que ficamos presos, uma vez que quando o estresse ativado desaparece, o cérebro pré-frontal é que nos permite estar em total controle de nossas emoções. Dessa forma sentiremos serenidade calma, mas para tanto são necessárias técnicas, mudando a perspectiva sobre a causa do problema, por exemplo, transformando-o em uma pergunta, e ativando a habilidade racional. Exercitando a sua capacidade de observação, contemplação, não julgamento. Ouvir mais, falar menos. Compreender o ponto de vista do outro, analisar sob outra ótica. Exercita a Empatia. É aqui onde Mindfulness verdadeiramente trabalha. A Atenção Plena, o exercício de analisar criteriosamente nossas decisões, nossos julgamentos, nossas ações.
Esse é motivo pelo qual Autoconhecimento é tão importante para a evolução do ser humano. Sem o entendimento de quem somos, de por que somos o que somos, por que fazemos o que fazemos, e pouco a pouco corrigir a rota, não existe evolução. Sem o entendimento da nossa posição e a posição do outro, nem mais, nem menos. Sem a compreensão de que o um forma o todo e o todo não existe sem a soma, a compreensão, a sinergia e o aprendizado mútuo entre cada um, seguiremos repetindo os mesmos erros, condicionamentos, julgamentos equivocados, intolerância, arbitrariedades, falta de empatia, sem qualquer evolução. Se o outro ainda não compreendeu, sua missão é ajudá-lo a chegar lá, é o único caminho. Um corpo não segue adiante se alguma parte dele se recusar a ir. Se você não compreende isso, então ainda precisar caminhar mais para chegar lá. Conte com ajuda de alguém que já compreendeu. Se você já compreendeu isso, ajude alguém a compreender também. O “corpo” precisa seguir sua evolução… “A solução do problema está no próprio problema”. Sem essa compreensão que não poder ser imposta ou apenas compreendida pela razão, não existe evolução do ser, sem autoconhecimento e autocompreensão, continuaremos presos no mesmo nível de consciência, o que os orientais chamam de Samsara, a repetição por muitas vezes e vidas de erros e lições, até que de uma vez por todas, possamos ter a graça do correto discernimento, para enfim a libertação da consciência: Moksha.
Para tanto é necessário investir no auto-centramento, em olhar para dentro, reconhecer suas falhas e ter a coragem (que vem de coeur, do Coração) de resolver seus condicionamentos e sua compreensão equivocada sobre o propósito da vida, sobre o propósito do Ser.
Espero que este texto possa ter ajudado a você ou alguém que você ame a refletir e ajustar seu curso. Um abraço luminoso e até a próxima! 😉
Referencias:
https://noticias.r7.com/saude/esgotamento-no-trabalho-pode-causar-sindrome-do-panico-e-depressao-29082015
www.pexels.com (imagens)
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