Pranayama
Olá!
Hoje falaremos sobre Pranayama, o 4o. ramo do Raja Yoga, das oito partes (Ashtanga) referenciado nos Yoga Sutras de Patañjali.
Pranayama (sânscrito प्राणायाम, transliterado prāNāyāma). Prana é a força da vida. Pran é unidade primordial. Ayam significa expansão. Portanto Pranayama é a “expansão da força da vida”.
Pranayama é a ciência da respiração. Através do Pranayama expandimos a energia primordial, gerenciamos e distribuímos a energia pelos nossos corpos físicos e sutis, controlamos as emoções, aceleramos ou reduzimos batimentos cardíacos, controlamos nossa saúde e nossa consciência, nossos desejos e impulsos. Calma! Respira!
A Respiração é o único processo fisiológico no nosso organismo que ocorre de forma tanto voluntária como involuntária. Ela funciona de forma autônoma, independente da nossa vontade, mas ao mesmo tempo também pode ser controlado de acordo com nossa vontade, nossas ações físicas e mentais. Através do comando do cérebro podemos acelerar diminuir e até parar a respiração por alguns instantes. Não é por um mero acaso, que nos é permitido também controlar a respiração. O acaso é apenas a nossa incapacidade e impotência em conhecer e compreender a totalidade das razões e motivos. Como disse Eistein: “Deus não joga dados”…
A ciência da Respiração
Em repouso, nossa frequência respiratória é ~10 a 15 ciclos por minuto. A respiração é controlada pelo Sistema Nervoso Autônomo ou Neurovegetativo, através de um centro nervoso localizado na região do bulbo (tronco cerebral). Desse centro partem nervos responsáveis pela contração dos Músculos Respiratórios (Diafragma e Músculos Intercostais). O mais importante músculo da respiração, o Diafragma, recebe os sinais respiratórios através do Nervo Frênico.
Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os músculos abdominais, são transmitidos pela porção baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos. Impulsos iniciados por estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral afetam a respiração. Em condições normais, o Centro Respiratório produz em média, a cada 5 segundos, um impulso nervoso autonômico que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar. Este mesmo Centro Respiratório pode aumentar e diminuir tanto a frequência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui receptores que são sensíveis a alterações da pressão do CO2, do O2 e a alterações do pH (são sensíveis ao pH do plasma) e enviam impulsos nervosos para os centros respiratórios do cérebro. Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a frequência quanto à amplitude da respiração tornam-se aumentadas devido à excitação do Centro Respiratório. Em situação contrária, ocorre diminuição da frequência e amplitude respiratórias. A respiração é o principal mecanismo de controle do pH do sangue.
Ansiedade, Medo, Raiva, as emoções de forma geral afetam a Respiração (e podem ser afetadas por ela reciprocamente). Estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que, frequentemente levam também à hiperventilação, eliminando grande quantidade de CO2, precipitando, assim, contrações dos músculos de todo o corpo. Se a concentração de CO2 cair a valores muito baixos, outras consequências danosas podem ocorrer, em quadros de alcalose, que podem levar à irritabilidade do sistema nervoso, ou mesmo tetania (contrações musculares involuntárias por todo o corpo) ou ainda convulsões epilépticas. Existem situações onde o oxigênio cai a valores muito baixos. Exemplo, em lugares muito altos, onde a concentração de oxigênio na atmosfera é baixa ou quando uma pessoa contrai alguma doença respiratória que reduz oxigênio nos alvéolos. Sob tais condições, quimiorreceptores enviam sinais pelos nervos vago e glossofaríngeo, estimulando os centros respiratórios no sentido de aumentar a ventilação pulmonar. Em contrapartida temos a Hipoventilação, o oposto da Hiperventilação e pode levar a casos de apneia (nenhuma respiração).
O Sopro… o Verbo… A Vida…
A respiração é o primeiro ato da vida humana. É nosso passaporte de entrada para a vida como indivíduo. O nascimento de um ser é simbolizado pela primeira inspiração, seguida do verbo (choro) na expiração. É onde se inicia o ciclo da vida, um contínuo inspirar e expirar até o final dela, na morte, quando ocorre a última expiração do ser, seu último contato com o mundo físico.
No início era o Verbo e uma Respiração Profunda – “Aquele Um respirava sem vento, por si próprio” “Nele surgiu primeiramente o desejo, a semente primordial da mente“
“Nasadasiyasukta” do Rig-veda
“Então hão havia nem o ser nem o não-ser;
não havia o domínio do ar, nem o céu além dele.
O que estava recoberto? onde? em que receptáculo?
Existia um abismo de águas profundas?
Então não havia morte, nem havia imortalidade;
nem havia distinção entre dia e noite.
Aquele Um respirava sem vento, por si próprio.
Nada diferente dele; o quê, além dele?
Havia trevas ocultas em trevas,
tudo isso era um ondular indistinto.
Aquilo existia envolto no vazio;
pelo poder de seu ardor, aquilo cresceu e se manifestou.
Nele surgiu primeiramente o desejo,
a semente primordial da mente.
A união do ser ao não-ser foi descoberta pelos sábios
que refletiram sobre o que contemplaram em seus corações.“
O raio se estendeu através deles.
O que estava embaixo, e o que estava acima?
Havia inseminadores, havia poderes,
autonomia embaixo e energia além.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. No princípio era o Verbo e uma Respiração Profunda. Assim se originou o universo. Através do Verbo, do Sopro Divino, da transformação de Pura Energia, através do Verbo, energia vibracional na frequência da matéria. Tudo é Energia que se transforma através da Ideia(Mente) da Intenção(Desejo) e da Ação.
A respiração e a palavra estão intimamente relacionadas. A palavra é o sopro que encontra nas cordas vocais o meio para transmutação da energia em som, no verbo. Somos imagem e semelhança de Deus. Nosso sopro somente é capaz de criar porque o Sopro de Deus, nos criou antes. A palavra é o sopro da energia vital vibrando através de um transdutor da nossa garganta (assim como fez a Garganta Dele, do Eterno) capaz de transmutar a energia de potencialidade pura para uma energia criadora na matéria.
O ar que inspiramos traz consigo a energia sutil, o Prana. É o meio pelo qual as ideias, a energia da mente se materializam. Deus é Mente e seu Sopro Divino, o Verbo que se faz Carne, é a matéria que permite a vida terrena. Quando Deus criou, ele soprou. A vibração do Universo é Om. Oṃ ॐ é o mantra mais importante do hinduísmo e de outras religiões. Oṃ ॐ contém o conhecimento dos Vedas, da origem do Universo, e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. Oṃ ॐ é o som do universo e a semente que “fecunda” todos os outros mantras (falaremos de Mantras e sua importância mais adiante). Om, aquele imutável (akshara), é tudo o que existe. O que foi, o que é e o que será, tudo é realmente a sílaba Om; e tudo o que não está submetido ao tempo triplo (passado, presente, futuro) é também, realmente, a sílabaOṃ ॐ. (Mandukya Upanishad)
Prana
Pranayama é a ciência da respiração. Através do pranayama expandimos a energia primordial, criamos através da palavra, gerenciamos a energia, controlamos as emoções, os batimentos cardíacos, as emoções, a saúde e a consciência. A mente segue a respiração, portanto a chave para controlar a mente está em controlar a respiração.
Prana é a força sutil da vida, a energia que tudo permeia. A primeira unidade de energia. Está em tudo, dentro de nós e fora de nós. É o combustível da vida. Um dos principais objetivos do Yoga é uma distribuição equilibrada do Prana em nosso corpo.
Prana é o Todo e portanto é a soma das diversas frequências vibracionais. Assim como arco-íris através de um prisma se abre em diferentes cores, o Prana (com “P” maiúsculo) contém suas frequências sutis, os Vayus. Os Vayus se dividem em:
- prana (com “p” minúsculo) -> “ar sutil em movimento para a frente” – região energética entre o 4o. e 5o. chakra – ou seja entre a base do coração e o pescoço. Está associado às funções pulmonares e cardíarca.
- apana: “ar sutil que se afasta” – localizado abaixo do umbigo entre o 1o. e o 2o. chakra. Está associado às energias de eliminação, através do reto, da bexiga, do cólon e dos genitais. Energia de Apana flui sempre para baixo. Importante para eliminação de toxinas, densas e sutis. A sutil além do reto, também se elimina pelos pés (dai o bem estar de andar descalço, especialmente na praia onde a areia e a salinidade favorecem a descarga energética)
- samana: “ar sutil em equilíbrio” – está associado à região entre o umbigo e o coração, ou seja, entre 2o., 3o. e o 4o. chakra e governa diversas atividades metabólicas do nosso corpo, separando aquilo que se deve assimilar daquilo que se deve eliminar. Perturbações neste vayu geram confusão mental, emoções confusas. Bastante associado às emoções.
- udana: “ar sutil em movimento para cima” – localiza-se na laringe, região do 5o. chakra, e se dirige para cima. Lança o ar para cima e para fora. Associado à criatividade, da projeção, da fala.
- vyana – “ar sutil em movimento para fora” – conecta todos o corpo, coordenação de nossa capacidade motora, músculos, tendões. Sentido de integridade do corpo e da mente, dos pensamentos. Espécie de viscosidade do Corpo Prânico.
“Portanto, o prana governa a ingestão de substâncias. samana governa sua digestão. vyana governa a circulação de nutrientes. udana governa a liberação de energia positiva. apana governa a eliminação de resíduos. Muito parecido com o funcionamento de uma máquina. O prana fornece combustível, a samana converte esse combustível em energia, vyana circula a energia para os vários locais de trabalho. A apana libera os resíduos ou subprodutos do processo de conversão. udana governa a energia positiva criada no processo e determina o trabalho que a máquina é capaz de realizar. ”
Pranayama
Prana + Yama ou Prana + Ayama
Como já vimos anteriormente Yama são restrições . Ayama é eliminar restrições. Portanto, uma outra forma de interpretar Pranayama é Prana + Ayama, que significa desbloquear o caminho do Prana dentro de nosso organismo.
A prática do Yoga busca transformar nosso estado de um estado ordinário e normal (ou normótico, como dizia o saudoso Prof. Hermógenes) para o Estado daquilo que realmente podemos vir a ser.
Uma prática interessante de Pranayama, para equilibro dos Vayus é a detalhada abaixo, transmitido por Leslie Kaminoff, discípulo de Krishnamacharya (um dos yogis mais influentes do século XX), cujo principal objetivo é desobstruir energeticamente a região central do nosso corpo (vayu samana) onde ocorre o encontro das energias de pana e apana. Quebrando as tensões, as resistências, os controles, o stress. Queremos eliminar essas resistências través dos fluxos de saída, de eliminação, de exalação.
PRANA APANA NYASA Om namo pranayá Pranaya nama om Pranaya swahä Om namo apanayá Apanayá nama on Apanayá swahä Om swahä Haríh om Nyasa = colocação, inserção e aplicação Om: '”Sim, em Verdade, Assim Seja“ Namo: ”curvando-se; prestando reverência a; adoração ”pra:“ antes; para frente, para frente, para frente ”anu:“ vivo, humano - também unidade; átomo ”apa:“ fora, fora, de volta "swa = self" "ha = fogo, calor" ”Swaha:“ "queimar/iluminar as trevas do self em maya (ilusão mundana)
Na tradição Sikh, foi ensinado por Guru Nanak, o primeiro Guru de uma linhagem de dez, que o vínculo entre o ser humano e Deus é o Raio de Luz chamado Prana e o ser humano é aquele que vive graças ao Prana. Por isso, ele é chamado de Pranee. Já Pavan é a designação para o portador do Prana, Pavan Guru é aquele que nos tira da escuridão da ignorância (Guru) por ser o portador do Prana, da Força da Vida. O Prana que reverbera e vitaliza nossas células. É baseado nestes ensinamentos, que na tradição do Kundalini Yoga, entoa-se o mantra abaixo:
“Pavan Pavan Pavan Pavan
Par Para Pavan Guru
Pavan Guru Wahe Guru
Wahe Guru Pavan Guru”
uma tentativa de tradução, considerando aqui
que Senhor é o Senhor da Vida, o Senhor do Prana…
Senhor Senhor Senhor Senhor
Mestre Senhor Além do Além
Senhor da Vida, Mestre Amado
Amado Mestre, Senhor da Vida
Nadis
Nadis são canais espalhados por nosso corpo por onde escoam os fluxos energéticos. Não são necessariamente nervos, ou músculos, ou veias. São o conjunto de componentes do nosso corpo, inclusive “vazios” dentro do nosso corpo, porém capazes de transmitir a energia vital, por todo nosso sistema, dinamizando energeticamente nosso ser. Estima-se que existam 72.000 nadis espalhados por todo nosso corpo. Destes existem 72 que são vitais. E destes 72, existem 3 que são os principais e diretamente associados ao conceito de Kundalini Yoga. São eles: Ida, Pingala e Sushumana, que percorrem verticalmente nossa coluna vertebral. Entraremos em detalhe quando abordarmos os aspectos mais sutis de Kundalini Yoga. No momento é importante saber que estão diretamente associados ao movimento do Prana dentro do nosso organismo pois são por esses nadis, por onde o Prana circula e nos revitaliza.
A Sabedoria da Respiração
“Todo o Conhecimento que você necessita está disponível através da respiração da vida”
Quando você necessitar sabedoria, respire
Guru Nanak
“Se você iniciar uma respiração consciente, você terá todas as respostas. Você respira conscientemente: você inspira conscientemente, você expira conscientemente, e você obterá todas as suas respostas. Enquanto você estiver respirando inconscientemente, você estará vivendo inconscientemente. Qual é a ideia de respiração consciente? Com uma respiração consciente, você pode trabalhar, e você pode caminhar, mas você estará sempre no seu Self daquele Criador desta criatura. Você apreciará a união do Criador com você. Você e o Ser Supremo estarão unidos. É sobre este caráter que todos nós temos que construir nossas Vidas.”
Aprendendo a Respirar
A maioria das pessoas respira utilizando muito pouco (cerca de 1/3) da sua real capacidade pulmonar, no que costuma-se chamar de respiração curta. A respiração completa, por sua vez, é que permite que o prana, de fato circule e nutra energeticamente todo o nosso organismo, de forma que ele possa atingir sua capacidade plena. Respiração curta leva a estados de ansiedade e vice-versa. É necessário uma reeducação respiratória para que possamos ter o rendimento adequado do nosso organismo e existência enquanto vivos.
Respiração é vida. Você respira a vida. Respire pobremente e você terá uma vida pobre, pobre de vitalidade
Prof. Hermógenes
A Respiração completa tem 3(três) partes:
A respiração abdominal – é também chamada de respiração diafragmática. Ela ocorre na região do abdômen. Algumas pessoas tem dificuldade em realizá-la, pois estão habituadas a respirar pelo tórax, então quando inalam o abdômen se recolhe e quando exalam o abdômen expande. Na respiração abdominal, quando se inala o abdômen se expande e quando exalam o abdômen se contrai.
A respiração torácica ou intercostal – A inspiração ocorre junto com suave expansão da caixa torácica, as costelas expandem e na expiração se recolhem. O peito é relaxado e não se utiliza o abdômen nesta respiração.
A respiração clavicular – Quando o tórax estiver completamente expandido, na respiração torácica, inspira-se um pouco mais, até expandir a parte superior do peito, com as clavículas se movendo levemente.
Respiração completa, juntando as três respirações – Inspiração profunda e o abdômen expande lentamente. Com abdômen totalmente expandido, expansão das costelas para os lados com suavidade. Finalmente com as costelas já expandidas lateralmente, inspiração segue para elevação sutil das clavículas e da parte alta do peito. Na inalação segue-se exatamente o movimento contrário.
O centro de Praana
Os yogis acreditam que na caixa toráxica encontra-se nosso centro energético praânico. Segundo eles, a oitava vértebra (1a. toráxica) é o centro do Praana. É chamada “praanic asan”, o assento do praana. Com determinados exercícios os yogis buscam bifurcar a carga prâanica que normalmente se armazena apenas nesta região e melhor distribuí-la para todo o corpo. Eles acreditam que abaixo da oitava vértebra é onde o nervo prânico está conectado, e de onde segue para o coração e para o diafragma
Os yogis trabalham em exercícios respiratórios e ásanas para desenvolver controle sobre esta cavidade e assim poder melhor distribuir a energia do praana pelo corpo. Os yogis também trabalham em exercícios respiratórios com objetivo de aumentar a capacidade pulmonar a pelo menos 700 centímetros cúbicos, para ter uma fonte de Pranayama de maior calibre.
Tipos de Respiração
Existem diversos tipos de respiração, cada um com uma finalidade específica. Iremos explorá-los em detalhes oportunamente. No momento vou apenas citá-los para que tenham alguma noção da sua existência:
- Respiração Natural e Simples
- Respiração Longa e Profunda (Respiração Yóguica)
- Respiração com Narinas Alternadas (Nadi Sodhan)
- Respiração de Fogo (Agni Pran)
- Respirações com Proporção
- Respirações Segmentadas
- Respiração e Canhão
- Respiração do Assobio
- Respiração do Leão
- Sitali Pranayama
- Sitkari Pranayama
- Vatskar Pranayama
Hoje, fizemos uma jornada sobre este tema extremamente importante no caminho óctuplo. Pranayama é um capítulo extremamente importante para as práticas de um buscador sério. Yoga não pode ser pleno sem Pranayama. Futuramente dedicaremos toda uma sessão para os tipos e práticas de Pranayama com as suas diferentes modalidades, nuances e finalidades.
Por hoje ficamos por aqui. Espero ter conseguido transmitir de uma forma minimamente digna a grandiosidade desse conhecimento. Fiquem bem! Nos vemos em breve. 🙂
Referências:
http://www.ghtc.usp.br/Universo/cap03.html
https://neurometria.com.br/wp-content/uploads/2017/05/neurometria.com.br-apostilas-cna-respiracao-funcional.pdf
http://www.vedanet.com/2012/06/secrets-of-the-five-pranas/
http://media.yogaanatomy.net/2.0/1.2-handout.pdf
The Aquarian Teacher, KRI, Yogi Bhajan
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