Movimento e Evolução

Trabalhar e conviver diariamente com pessoas notáveis, inteligentes, criativas, inovadoras é uma das coisas que mais me motiva diariamente. Sempre me fascinou aprender sobre temas diversos. Ao longo de minha carreira fui descobrindo, pela experiência diária, conversando com pessoas diferentes, de perfis diferentes, em áreas diversas, e viajando para novos lugares, vendo o mundo através dos seus distintos olhares, sob suas perspectivas únicas. Isto verdadeiramente me faz feliz.

Percebi que a única forma de realmente poder conhecer o Todo, o mundo, a criação de Deus, é através da percepção não apenas minha, mas das percepções dos outros com seus olhos, ouvidos, tatos, olfatos, paladares, pensamentos distintos de cada um das pessoas com quem interajo, pois apenas a soma de todas estas pequenas e incompletas partes, pode se aproximar do que realmente é o Um, o Todo. Gosto de acreditar que cada ser do Universo detém um pequeno pedacinho do mapa da Obra de Deus, desta forma, enxergar esta visão única do seu pedacinho do mapa, nos leva a compor nossa visão ampliada sobre a Realidade em que estamos inseridos.

Percebi ao longo de minha caminhada que aquelas pessoas com quem eu mais discordo em opiniões, são delas que eu mais preciso e, diferente de antes, agora eu as quero ouvir, e muito… Suas posições, opiniões, contradições, todas elas têm seu cabimento de existir e existem por algum motivo, que talvez eu ainda não tenha sido capaz de compreender: “Not Yet“, como diria Carol S. Dweck em seu best seller Growth Mindset. Não acredito que opiniões divergentes que chegam a mim, cheguem ao acaso, todas elas fazem parte de um todo, e compõem o meu plano de me tornar melhor hoje do que já fui ontem, e amanhã ainda melhor do que estou hoje. Como disse Einstein, “Deus não joga dados”, sob esta perspectiva, o acaso simplesmente não existe. A vida que vale a pena é a vida em movimento, a vida em evolução, em constante revisão, aprendizados e ajustes. Não acredito em posições finais e únicas. A vida evolui, o tempo todo. E como diz um amigo: “Siri que fica parado, a onda leva”.

Este video abaixo que circulou nas redes sociais na virada do ano 2021 para 2022 (me perdõem por não ter conseguido encontrar a fonte e referência para os créditos), é bastante tocante sobre a importância de termos uma vida com signficado, com movimento.

Percebi também, ao longo da minha caminhada, que minha visão parcial e distorcida do mundo, a minha capacidade restrita de sentir e perceber as coisas não é, e nunca será, suficiente, para realmente me permitir entender o cabimento da existência, o funcionamento do mundo, do Universo, o meu cabimento aqui. Meus 5 (ou 6) sentidos são insuficientes. Por isso, considero que nós todos somos imperfeitos, todos somos PCDs (Pessoas Com Deficiência), alguma que seja. Se não fosse assim, acredito que esta existência não seria de valia alguma. Se estamos aqui, temos coisas aprender, lição de casa a fazer – me desculpem aos que já se julgarem perfeitos pela divergência de opiniões. Por exemplo, entendo que ouvir deva ser muito mais importante que falar. Quem apenas fala e não houve, não acrescenta nada ao que já sabia, mas quem ouve atentamente, reflete sobre e muda, esse evolui para um amanhã melhor do que o hoje. Não à toa, como diz o provérbio oriental, o Criador nos dotou de dois ouvidos, duas orelhas, mas de apenas uma boca. Deve haver um motivo relevante para esta especificação da nossa máquina humana, não?!?!

Aprendo todos os dias, desde a hora que acordo até a hora de dormir, comigo mesmo, mas especialmente com as outras pessoas, todas elas, independente das suas posições, formações origem, de suas opiniões divergentes, de suas crises, de suas loucuras, suas genialidades, suas criações magníficas e outras não tão nobres assim…infelizmente….

Busco me colocar em posição neutra, como ensina a filosofia do Yoga e tantas outras tradições, buscando apenas observar, sem nenhum julgamento sobre as situações, as ocorrências, as atitudes de cada um. Buscando manter o equilíbrio e a Mente Neutra, conforme vimos em detalhe nos 3 (três) primeiros posts do @mindsoultrainer.com:

• Equilibrio (Balance)
• Eu não sou a minha mente…
• Consciência, Mente e Ego

Neste estado de impermanência, mas de neutralidade, de atenção de plena, de consciência aberta e disponível, observo e busco entender, comparar e interpretar a realidade de cada um, em relação à minha própria. Procuro entender de que forma aquele novo olhar sobre o mundo pode contribuir para um melhor entendimento que eu tenho do mundo. E toda vez que chego a conclusão que aquela forma de pensar pode me ajudar a moldar melhor o meu modelo sobre a Realidade, eu incluo no meu próprio olhar. De fato, este é o princípio fundamental da Teoria Integral, que mais tarde conheci e estudei, e da qual falamos também numa publicação recente que fizemos aqui. Faz total sentido num caminho evolutivo: incluir e integrar, incluir e integrar, o caminho da evolução e da sabedoria. Infelizmente a maior parte das pessoas, nesta vivência, parece estar no caminho contrário: polarizar e dividir, que obviamente é um caminho de retrocesso para evolução da Consciência Humana.

Para que a reflexão da integração seja possível, é preciso estar livre das “certezas” do ego, das verdades parciais e dos hábitos rígidos e “estabelecidos”. É preciso treino e atenção, a todo o momento. É preciso paciência com as pessoas que ainda não tem esse discernimento e monopolizam o canal da comunicacão, mas que, entendam, também estão em evolução, e buscando aprender aqui neste existência, cada um em um certo degrau e a seu tempo. Respeito e Compaixão são a chave da evolução, que estão incluídos na mensagem de Amor do Cristo, nos mandamentos e tratados éticos e morais de todas as tradições do mundo, independente dos seus dogmas e sua “roupagem”. Descrevemos exatamente este processo durante as publicações sobre Autoconhecimento. Em Consciência, Mente e Ego descrevemos o funcionamento da psique humana a partir do entendimento do Yoga. Nos post seguintes, partindo de Raja Yoga, passamos por todo o Caminho Óctuplo, o Ashtanga Yoga: Yamas (Ahimsa, Satya, Asteya, Aparigraha, Brahma-Charya), Niyamas (Saucha, Santosha, Tapas, Svadhyaya, Ishwara-Pranidhana), Ásanas, Pranayama, Pratyahara, Dharana, Dhyana e Samadhi, que contém a “fórmula” codificada por Patanjali para nos tornarmos mais centrados e seguros da nossa existência, para encontrarmos o propósito da nossa existência, a ter autorrealização. Acredito que a Consciência de Deus seja a soma de todas as consciências que existem, logo cada vez que tenho a humildade de me abrir para entender a consciência de mais alguém, e abro espaço para que o outro possa desenvolver também a sua consciência, isso me aproxima mais do Criador.

Tudo o que aprendo, busco colocar a serviço, para que mais pessoas possam se beneficiar, se assim entenderem útil. Procuro transbordar o conhecimento que me foi oferecido para ajudar a quem necessitar e busco que possa evoluir também no entendimento dos demais. Sempre que existe abertura, procuro ensinar o que sei às pessoas. Ensinar é a prova mais elevada para quem quer aprender. Existe uma sabedoria enorme na seguinte expressão de Clarice Lispector “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe” porque é evidente que a força do grupo é infinitamente superior a qualquer esforço individual.

Se você quiser aprender algo, leia sobre o assunto.
Se quiser compreender algo, escreva.
Se quiser se tornar um mestre, ensine.

Harbhajan Singh Khalsa- Yogi Bhajan

Nas experiências que tive como professor, mestre, apresentador, palestrante, coach, mentor, ficou evidente para mim, que para ensinar verdadeiramente algo é necessário conhecer profundamente sobre o tema. A responsabildade, para com o outro, de ensinar o mais correta e fidedignamente possível é parte do Ashtanga e me obriga a aprofundar enormemente nos estudos e no entendimento, me obriga a seguir aprendendo e evoluindo, em contínuo movimento. Ensinando, você ganha sempre, seu esforço é sempre muito mais que recompensado, não apenas pelo aprendizado que lhe soma, mas pela energia que movimenta exponencialmente em todos cuja sua palavra e ensinamentos toca.

Durante os últimos anos tenho dedicado uma boa parte do meu tempo estudando sobre Autoconhecimento e sobre a realização do Ser, e busco utilizar toda essa riqueza de conhecimento no meu dia a dia, na minha vida pessoal e profissional. Ao mesmo tempo, observo atentamente os diferentes tipos de liderança e líderes, tanto os líderes históricos e simbólicos, como os de “carne e osso”, alguns dos quais tenho o privilégio de conviver todos os dias. Essa foi a forma que entendi ser uma das minhas contribuições nesta vida: unir autoconhecimento com o desempenhar as atividades executivas em empresas e carreiras e ajudar líderes e colaboradores em suas jornadas de evolução e crescimento.

Conversar com as pessoas sobre carreira e seu desenvolvimento profissional é uma coisa que fui descobrindo ao longo da jornada, me traz uma enorme alegria. Uma das coisas mais prazerosas para mim é poder ver e acompanhar a evolução das pessoas, tanto pessoalmente como profissionalmente. Aliás, este é o motivo, o propósito deste espaço, o @mindsoultrainer : poder compartilhar estas possibilidades a quem quiser. Possibilidades infinitas de crescimento, de autoconhecimento, de evolução pessoal e profissional, uma contribuição aberta para quem quiser aproveitá-las.

Como se tornar um(a) líder?! Um(a) líder melhor?!

Nas sessões de Coaching e Mentoring que realizo, duas perguntas frequentes que recebo são: “i) o que posso fazer para me tornar um líder melhor? ii) O que preciso melhorar para “chegar lá”?!

A primeira coisa que explico para alguém que quer ser líder é que: Para ser líder é preciso gostar de gente. É preciso ter um interesse legítimo em montar um time, que objetiva ter um desempenho excepcional, mas que para isso acontecer é fundamental que cada membro deste time tenha seu propósito e seu cabimento, para a equipe, para os demais membros do time e para si próprio. Do contrário nunca será um time, apenas um amontoado de gente. Isto explica por algumas equipes transcendem e outras sucumbem. Ser líder é muito mais que ser bom em algo. É necessário ser bom em transformar pessoas, evoluir pessoas, doar-se de verdade, para que as pessoas possam trazer o seu melhor ao grupo. Levar talentos da excelência individual à coletiva – esse é o papel de um grande líder.

Liderança verdadeira se firma através do ser e não apenas no fazer. Um líder verdadeiro faz a escolha de servir. Se você não gosta de servir aos outros, pelo amor, não seja um líder. Os maiores líderes que a humanidade já conheceu eram servidores e por isso inspiravam aos demais a realizarem seu máximo. Os piores líderes que a humanidade já conheceu eram os egocêntricos, que preferiam ser servidos a servir. Se decidir ser um líder, seja um dos bons!

Um líder verdadeiro cria uma conexão entre si e os seus liderados. Essa conexão é que permite que a hierarquia seja útil e não um entrave para a criação de um time. O liderado se empenha não porque tem uma relação chefe-subordinado, mas porque verdadeiramente sabe que tem muito a aprender e evoluir por ter um líder que o inspira e o empurra para frente todos os dias. Por mais desafiadora que seja a missão, existe um líder inspirador que o ajuda a transpor quaisquer obstáculos e ele percebe que evolui com a relação.

O líder servidor

“A organização existe para a pessoa tanto quanto a pessoa existe para a organização.”

ROBERT K. GREENLEAF

Em seu ensaio: “The Servant as Leader”, publicado em 1970, Robert K. GreenLeaf propôs que “os melhores líderes eram os servos primeiro, e as ferramentas-chave para um líder-servo incluíam escuta, persuasão, acesso à intuição e previsão, uso da linguagem e medidas pragmáticas de resultados.” “Apenas quando a escolha de servir embasa a formação moral de um líder, o poder hierárquico que separa o líder dos liderados não se corrompe.” A hierarquia é necessária, para ordem e eficácia, mas apenas se os líderes escolherem servir àqueles que lideram, se realmente enxergarem o seu trabalho, a sua razão fundamental de existência, como de serviço verdadeiro, então o líder atingira sua máxima performance.

A falta de líderes verdadeiros nas instituições contemporâneas decorre de que a maior parte das pessoas chegaram a posições de autoridade por causa de suas habilidades técnicas ou de suas corretas tomada de decisões, do seu bom senso político e/ou de seu desejo de riqueza e poder, MAS não necessariamente porque são ou desejam ser bons líderes.

A escolha fundamental que permite a verdadeira liderança em todas as situações (incluindo, mas não limitada à liderança hierárquica) é a escolha de servir à vida. Num sentido mais profundo, Greenleaf sugere que “a capacidade verdadeira de um líder provém da sua escolha de permitir que a vida se desdobre através dele e não sob a imposição de suas vontades e ‘achismos'”, o que o torna mais ditador, menos líder.

Por que Liderar é um ato de Amor ?!

Para chegar a essa percepção de Greenleaf é necessário profundo Autoconhecimento, entender seu próprio propósito e qual seu papel nesta vida. Sem esta compreensão profunda, um pseudo-lider não concordará que seus “achismos” e vontades são menos relevantes do que a grandiosidade do papel de um verdadeiro líder.

Por este motivo, afirmo que “LIDERAR É UM ATO DE AMOR, e o AUTOCONHECIMENTO É O INÍCIO DA JORNADA DO LÍDER VERDADEIRO”. E por este motivo, dedico atenção máxima a este tema, que é inclusive ao Propósito do @mindsoultrainer.com: ao realizar o seu potencial através do Autoconhecimento.

No Ocidente tendemos a pensar em liderança como uma qualidade que existe em algumas pessoas que nasceram com um dom. Essa forma de pensar é muito simplista e conduz a armadilhas. Pensando assim, saimos à procura de indivíduos especiais com potencial para liderança, em lugar de desenvolvermos o potencial de liderança que já existe em cada um de nós.

Desta forma, somos facilmente distraídos pelo que esse ou aquele líder está fazendo, vivendo a vida do outro ao invés da nossa própria, interessados pelos melodramas das pessoas tentando manter seu poder e de outras tentando arrancá-lo delas. E logo, quando as coisas não estão correm bem, buscamos culpar lideres incompetentes por isso, evitando assim que qualquer responsabilidade pessoal recaia sobre nós. É mais fácil terceirizar as derrotas do que assumir a parcela de responsabilidade que todos temos. Quando as coisas se tornam desesperadoras, facilmente nos encontramos esperando um grande líder para nos salvar… em vão… em ilusão…

Na Baghavad Gita, um dos livros mais sagrados da tradição Hindu, Krishna (Deus) diz a Arjuna (devoto) que: “é melhor viver a sua própria vida ainda que de forma imperfeita, do que viver uma imitação da vida de outra pessoa, ainda que de forma perfeita”. Não devemos esperar por líderes salvadores, devemos liderar o curso de nossa própria vida. Neste sentido, todos somos líderes (ou pelo menos deveríamos ser). “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Liderança não é sobre a aparência do poder das posições; não é apenas a superficialidade das realizações; em última análise, nem mesmo se relaciona ao que fazemos. Liderar significa criar uma esfera na qual os seres humanos continuamente aprofundem sua compreensão da realidade e se tornem mais capazes de participar no desdobramento do mundo. Em última instância, a Liderança lida com a possibilidade de criar novas realidades, que vão além da realidade individual de apenas um.

Liderar é encontrar a Unidade no Diverso

É encontrar as motivações escondidas dentro de cada visão de realidade, de forma a convergir para uma visão única, potente onde todos, com suas diferenças, contribuem de forma decisiva para a construção da Unidade.

Liderar é encontrar Unidade no diverso

Todos por um bem comum, por um objetivo comum, não “apesar das diferenças”, mas principalmente pela potência das diferenças, da diversidade, que todos, empoderados pelo seu próprio Autoconhecimento aceitam refletir sobre as outras formas possíveis, e ainda que não concordem, respeitam e agregam e somam, e constroem juntas uma Unidade indestrutível.

Em seu clássico “Sidarta”, que também é o nome do protagonista da história, Hermann Hesse afirma que: “ Em toda verdade, o oposto é igualmente verdadeiro. Uma verdade só pode ser expressa e envolvida em palavras se for unilateral”. Isso significa que nenhuma verdade humana é a Verdade Absoluta, logo, devemos ter a sabedoria da humildade para poder aceitar e somar.

O tema Diversidade nunca esteve tão em pauta como agora. Tema amplamente discutido nos boards de empresas, na mídia, na sociedade em geral. Extremamente relevante para delinear o futuro, estarmos abertos a entender e principalmente respeitar as diferentes formas de expressão. Na Diversidade estão contidas as respostas para muitas das perguntas ainda não respondidas sobre nosso futuro. Assim como a cura para diversas doenças se encontra na diversidade da Floresta, da Fauna e Flora, assim também, na diversidade das formas de ser e pensar, estão as respostas para as decisões econômicas para as Lideranças. As respostas estão na diversidade do Ser. Das diferentes formas de expressão da humanidade. Respeitá-las e buscar entendê-las, além de um ato de Amor, é um ato de Sabedoria. A abertura para o diferente, o novo, é um dos principais atributos de uma grande Líder.

Epíteto

“É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.“

Epiteto

“Só sei que nada sei”

Sócrates

Um grande líder em seu íntimo é humilde porque sabe que ainda pouco sabe e ouvir é importante

O Líder para o momento que vivemos é…

Que habilidades e conhecimentos são necessários para um Lider na Era da Informação e da Automação?! O acesso imediato à informação permite evolução exponencial de tecnologias no tempo. Novas tecnologias ao serem utilizadas permitem desenvolver outras novas tecnologias e descobertas cada vez mais rápido, criando um processo exponencial de evolução tecnológica. Contudo, nada disso é sustentável se não houver juntamente uma evolução exponencial da Moral, do entendimento do Papel do ser humano, do seu Propósito, das Habilidades humanas e morais, da Sociedade, da Vida. As máquinas poderão fazer o trabalho de máquinas, mas cada ser humano precisará ser verdadeiramente humano na nova sociedade.

As Lideranças, em especial, precisam desenvolver suas habilidades humanas, que partem da conexão mais profunda com a essência do que é o ser humano. Para que servimos? Por que e para que estamos aqui? Estas perguntas nunca foram tão importantes. Costumo dizer para as pessoas que trabalham comigo que antes de automatizar algo, escalar n vezes algo, criar uma linha de produção, é preciso ter muito claro se o processo funciona, se o protótipo funciona. É preciso ter claro o objetivo, o propósito, onde se quer chegar. É preciso testar em ambiente controlado, para então fazer em massa. Em Inovação errar é parte do processo, mas saber errar pequeno é essencial, é vital.

Sem autoconhecimento, sem moral, sem um objetivo humano, nossas máquinas irão replicar (e em laga escala) os problemas, os vieses, as mazelas da nossa sociedade aos milhares, o que obviamente sabemos que não é sustentável. O ser humano tem o instinto da autopreservação, do contrário já teríamos desaparecido há milhares de anos, mas estamos tão desatentos com nossas diversões, nossas sensações, nossos “brinquedos tecnológicos” e falta de compreensão sobre nosso papel que, iludidos, corremos sim o risco de criar máquinas que nos atrapalhem, ainda que com a boa intenção contrária. Precisamos ter claro nosso propósito de existir, de prevalecer, de evoluir, de criar coisas boas e não apenas coisas confortáveis.

O objetivo da vida é evoluir. Em sua última instância, o objetivo último da vida é o Amor, Este que não é explicável em palavras, motivo pelo qual, em várias tradições não existe um nome para definí-Lo e aí buscamos, ainda que de forma falha, forma e formas de acessá-Lo. E isso é individual de cada pessoa, de acordo com sua forma de compreender o mundo. Eu, por exemplo, encontro como uma das formas de compreender o Amor, o objetivo supremo da vida, no poema de Khalil Gibran, dentro de sua obra prima “O Profeta”, que publicamos aqui há alguns meses. O objetivo da vida é o Amor e liderar é um ato de Amor. Faz parte da realização do ser humano a sua capacidade de liderar com Amor, pelo Amor. A Liderança é uma das formas de expressão do Amor. A maior parte dos líderes, contudo, confunde as ações necessárias para a Liderança com o objetivo maior da Liderança.

De forma análoga, no Yoga, por exemplo, as pessoas confundem os Ásanas, as posturas, como o objetivo do Yoga. Contudo, Ásanas (assento confortável em hindi) é um meio necessário, um pré-requisito, para que o corpo possa estar num estado adequado, para que possamos acessar nosso campo mental e espiritual. Portanto Ásana sozinho não é Yoga, é um meio, não um fim. De forma similar, as habilidades, que normalmente se comentam ser, necessárias em um grande Líder também são um meio e não um fim. O verdadeiro objetivo de um grande líder é ajudar aos membros de sua equipe a realizarem o seu máximo potencial em seu trabalho, em suas vidas. E o máximo potencial de qualquer ser humano traduz-se em realizar o Amor em si e ao seu redor. Se um dia, cada ser humano conseguir seu potencial máximo de realização na Terra, então estaremos realizando o potencial máximo da Criação. Para se realizar o potencial máximo de cada ser humano, é necessário trabalhar autoconhecimento, autoevolução. A partir desta trilha, o líder verdadeiro permite ajudar aos demais a traçarem caminhos melhores em direção à Realização Plena, em direção ao Amor e assim realizarem, e como consequência, realizarem o potencial do Líder. A realização do Líder se faz através da realização dos seus liderados.

Talvez possa parecer a alguns de vocês (lembrando que a compreensão de cada um é individual e deve ser respeitada) um pouco utópico o que estou apresentando, mas pensando na experiência recente e ainda latente da pandemia de Covid19 e todas suas variantes, ficou relativamente evidente para as gerações que coexistem neste momento, da existência e da importância do coletivo, das ações coordenadas, do pensar em todos e não apenas de forma individual, infelizmente motivados apenas pela questão da saúde e da sobrevivência. Mas estas são as ordens do Amor, evolução é conjunta, de todos nós, que precisamos caminhar juntos. Sozinho mais rápido, mas juntos mais longe. Não existe time sem sincronia, sem preocupação genuína com o companheiro, com o colaborador, com o par, com o subordinado, com o chefe. Relações Verdadeiras, em nome do Amor, são as que fazem equipes triunfantes, vencedoras e evolutivas. Evolução com raízes fortes e duradouras para cada indivíduo e ao mesmo tempo para todos os indivíduos. Resultado exepcional é quando é nosso, não apenas meu.

Nas publicações anteriores abordamos muitos temas relacionados a Autoconhecimento. O tema é muito amplo e ainda existe bastante a explorar. Continuaremos fazendo isso gradualmente. Nas próximas publicações, iremos abordar as CARACTERÍSTICAS e HABILIDADES que os líderes do nosso tempo precisam(rão) desenvolver. Nossa intenção é mostrar o quanto estas habilidades estão diretamente relacionadas ao Autoconhecimento, inclusive muitos temas que já abordamos por aqui. Nosso objetivo aqui é investigar estas características e habilidades a fundo, associá-las às nossas bases de AUTOCONHECIMENTO e mostrar formas de como incorporá-las verdadeiramente em nossos perfis de LIDERANÇA, no nosso perfil de SER HUMANO AUTORREALIZADO que inspira e contagia positivamente todos ao redor. LÍDERES INSPIRADORES.

Nos vemos em breve 😉

Referências:

“Growth Mindset”, Carol S. Dweck

“Liderar a partir do Futuro que Emerge”, Otto Scharmer

“Presença – Propósito Humano e o Campo do Futuro”, Peter Senge, C. Otto Scharmer. Joseph Jaworski, Betty Sue Flower

Baghavad Gita

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https://super.abril.com.br/ideias/so-sei-que-nada-sei-socrates/