Olá!
Hoje quero compartilhar com vocês um assunto “irado!”: isso mesmo: “irado”, e com seu vocabulário próprio: o Surf. Ao longo de muitos anos, aprendi diversas lições no mar, e sigo aprendendo, nesse portal de conexão para o propósito da vida e da existência, pelo menos, que é o que significam o Mar e o Surf para mim. Tenho uma relação próxima e antiga com eles, comecei a aprender aos 13 anos de idade, e apesar de não ter tanto tempo, para uma prática muito frequente, até hoje, sempre que posso desço para a praia, para me encontrar com o mar, me conectar e me divertir surfando.
Meus hobbies, de forma geral, estão sempre relacionados às artes, às práticas esportivas, a conhecer lugares novos, ao contato direto com a Natureza, e principalmente o contato com as Pessoas, e se possível, das mais diferentes origens, culturas e etnias. O Surf, o Yoga, as leituras, os cursos sobre liderança e espiritualidade, este site, as viagens de conhecimento e peregrinação são atividades que me ajudam no meu desenvolvimento e Autoconhecimento, e que gosto de compartilhar com todos, sempre que aprendo algo novo.
Existem inúmeros paralelos que se pode traçar a partir do Surf com os desafios do mundo corporativo e os desafios da nossa vida pessoal. Entre um respiro e outro no trabalho, pratico, ou pelo menos tento praticar o Surf, nos finais de semana e feriados, uma forma de me sentir vivo, conectado, energizado e inspirado.
No mês passado, maio/2022, durante quinze minutos subi ao palco da da Convenção de Vendas B2B da Vivo, para contar a nossa estratégia de Atacado, mas traçando justamente um paralelo entre os nossos desafios diários do mundo corporativo com os desafios que já enfrentei, e ainda enfrento, em minhas aventuras “tentativas” como surfista. Muito interessante, conectar dois mundos aparentemente tão diferentes, mas ao mesmo tempo, em diversos aspectos, mundos tão semelhantes.
Bom, passada toda a adrenalina da Convenção de Vendas, resolvi trazer aqui o tema, com bastante mais detalhes do que os 15 minutos que apresentei, e compartilhar aqui no mindsoultrainer.com, pois entendo que tem total fundamento e alinhamento com os temas que abordamos de Autoconhecimento e Realização de Propósito Pessoal e Profissional.
Confesso que, por mais experiência que se tenha na carreira, nunca é algo trivial falar para um público tão grande. Aproximadamente 2 mil pessoas participaram na plenária e todas as apresentações são em altíssimo nível, uma responsabilidade enorme. Exige muito preparo, foco e autocontrole.
Os dias que antecedem o evento são de muita ansiedade. Aliás um ambiente perfeito para se colocar em prática as técnicas e aprendizados sobre Autoconhecimento e Autocontrole, que estamos frequentemente abordando aqui. Nada como a vida real para nos colocar à prova e evoluirmos.
O desafio, de como se preparar para encarar uma platéia tão grande e heterogênea, tem muito a ver com os 3(três) temas que justamente abordei na apresentação na convenção:
- Mindset
- Flow&Aprendizagem
- Medo
Na época em que comecei a surfar, antes dos anos 90, o Surf não era um esporte Olímpico, não havia Brazilian Storm, brasileiros não dominavam o cenário do surf mundial: Medina, Italo Dias, Filipinho, nem escolas de surf em diversas praias, nem Internet, muito menos videos no Youtube tão disponíveis…
O esporte não era popular. Naquela época, a gente aprendia lendo as revistas especializadas (Fluir e Hardcore) e assistindo a videos gringos em VHS para tentar reproduzir as manobras que os profissionais faziam…
Os ídolos da época em Tom Carrol, Tom Curren, Martin Potter, e claro… a partir da década de 90, o insuperável, 11x campeão mundial, Kelly Slater, que segue ainda hoje competindo nas provas da WSL (World Surf League).
Bom, morando em São Paulo, eu não conseguia praticar o surf com tanta regularidade, o que é fundamental para desenvolver as habilidades necessárias para ser um surfista minimamente razoável.
Mas, ainda assim, enfrentava a estrada nos finais de semana para pelo menos um “bate e volta”, e ainda hoje, sempre que posso, nos finais de semana, férias e feriados, dou uma escapada para me encontrar com o Mar…
Minha conexão com o Mar é muito difícil de explicar em palavras. Ela simplesmente é …
O Surf para mim sempre foi muito além do esporte. Ele me permite CONEXÃO c/ a Natureza e Comigo Mesmo. O Surf trouxe DISCIPLINA e me permite estar no MOMENTO PRESENTE, ATENTO e ALERTA. Ele me ensinou a ter um profundo RESPEITO por aquilo que é Infitamente MAIOR e mais PODEROSO do que eu. O Mar sempre me deu, e ainda me dá, muitas e muitas LIÇÕES ao longo de todos estes anos.
Duas coisas que aprendi muito com o Surf: como ENFRENTAR e SUPERAR DESAFIOS. Com o mar, aprendi que aquilo que as pessoas me diziam que não era possível, não era verdade. O mar também me ensinou RESPONSABILIDADE. Me ensinou que nós temos a responsabilidade de criar nossa própria realidade, independente da opinião e projeção que os outros fazem sobre nós.
Surf requer: CONHECIMENTO, ESTRATÉGIA e EXECUÇÃO. Não dá pra sair fazendo, de qualquer forma, para depois “ver no que vai dar”. Todas as vezes que tentei fazer desta forma, realmente “deu algo”, só que foi ruim: “deu ruim”.
Todo surfista já passou por alguns apuros parecidos com os meus, faz meio que parte do esporte, como sucessivos batismos, de água e de fogo, pra você ficar alerta e atento, um dos grandes aprendizados do Surf.
Assim como uma criança pequena, às vezes, você realmente precisa colocar o dedo na tomada para entender o que é tomar um choque. Especialmente quando você é mais novo, imprudente e com hormônios falando alto. Dificilmente alguém vai conseguir explicar para você a sensação de tomar um choque… sem de fato, você tomá-lo. Mas também, muito provavelmente se você passar a sua vida, sem tomar esse choque, talvez não tenha vivido a vida como deveria, porque tudo na vida é aprendizado. Alguns choques são bem vindos.
Vou contar a vocês algumas situações difíceis, as quais vivenciei no mar, algumas em que, é fato, quase não voltei para contar essa história, mas também outras que foram mágicas, momentos de Conexão Pura. Tanto a magia, quanto as tragédias, foram importantes, para moldar meu entendimento sobre muitas coisas da minha vida, e minha evolução física, mental e espiritual.
Um dia traumágico…
Por volta dos meus 20 anos, tudo o que eu esperava o ano inteiro, era conseguir alguns dias de férias da Universidade e do estágio, que comecei a fazer cedo bastante cedo, porque precisava compor a renda de casa, e para financiar as viagens, para poder explorar lugares, praias, enfim, me sentir vivo… Numa destas aventuras, junto com três amigos, fizemos uma viagem (surf trip) pelo litoral de Santa Catarina, passando por diversas praias, famosas por boas ondas para surf: Praia Mole e Joaquina, Ferrugem, Silveira, Praia do Rosa, Guarda do Embaú, Imbituba. Mas foi na Praia da Vila, em Imbituba, que vivi um momento mágico. Em certo momento, sentado na prancha, esperando as ondas se formarem, percebi uma sombra grande, no fundo, se movendo perto de mim e fiquei muito assustado. Avisei meus amigos e ficamos observando, quietos, tentando entender o que era aquilo, mas sem gerar agitação. Pensávamos que poderia ser um tubarão. Até que finalmente, o bicho passou por debaixo da minha prancha, tomei um susto tão grande, que caí da prancha e meu desespero foi ainda maior. Dois surfistas locais que estavam próximos começaram a rir e gritavam: “É boto! É boto!”… ufa!, finalmente entendi que se tratava de um casal de golfinhos que viviam ali. Eram “brothers” dos surfistas. Meu Deus, quase morri do coração. Mas a partir dali, tive uma das maiores experiências e alegria da minha vida, quando descia uma onda, eles vinham e surfavam junto! Indescritível o que senti naquele dia. Pensei, por este dia, a minha vida já valeu a pena. Obrigado, meu Deus, por me permitir. Obrigado _/\_
Cabeçadas na vida…
Uma outra situação inusitada que vivi no mar: certa vez, estava surfando em um mar pequeno, onda de 0,5m a 1m, porém a maré estava seca e bastante raso. Fui tentar uma manobra e acabei caindo de cabeça e batendo a cabeça no fundo. Durante alguns segundos, não posso precisar quanto, perdi os sentidos, e quando os recobrei, achei que tivesse quebrado algo, mas felizmente foi menos grave do que poderia, apesar de eu ter duas vértebras cervicais que se fundiram até hoje. Nesse dia, aprendi a não negligenciar nada, mesmo em condições consideradas “fáceis”, atenção e foco total são fundamentais.
O melhor do pior…
Este caso, talvez tenha sido um dos maiores aprendizados da minha vida.. até hoje… Costumávamos sair de Peruibe e ir buscar praias com ondas melhores na região da Juréia, indo em direção ao Sul e passando pelo Guaraú, praia vizinha de Peruibe. Neste dia seguimos em direção à praia de Barra do Una, após cerca de 1 hora de carro por estrada de terra.
Estávamos entre quatro amigos, além das minhas irmãs, que sempre iam aproveitar o sol, enquanto surfávamos. Entramos na praia, as ondas estavam pequenas, e demoravam a vir, porém havia uma correnteza incomum, muito forte, de sul para norte, que rapidamente nos levou para a praia vizinha: Praia do Caramborê.
Quando percebemos, decidimos que tínhamos que sair imediatamente porque depois do Caramborê, não havia mais praias, e a correnteza continuava nos levando. Tentávamos sair mas sem sucesso porque a correnteza era muito forte. Fazia alguns meses que eu não ia a praia e meu preparo físico não estava dos melhores…
Um dos nossos colegas conseguiu sair na praia. Ficamos eu e mais dois sem conseguir e estávamos já em frente às pedras. Remávamos no sentido sul, mas no máximo conseguíamos nos manter no mesmo lugar, até cansar. Os dois resolveram sair nas pedras mesmo e escalar.
Achei que seria perigoso demais e segui tentando pelo mar. Como resultado, perdi todos de vista e fiquei sozinho, muito, muito distante de qualquer visão de areia. Durante algum tempo, fiz um super esforço tentando superar a força da correnteza, com um certo desespero, até que percebi que seria impossível voltar.
Eu olhava para aquela costa infinita desde quase alto mar e não via nenhum sinal de areia…. desesperador… Comecei a pensar em milhares de coisas ao mesmo tempo: tubarão, cação, … já devia ser próximo das 16h, vai anoitecer comigo aqui no mar, já estou cansado, sem forças, como vou sair dessa?!
Me lembro de ter parado um minuto, respirado e ter me concentrado, para reunir forças e pedir a Deus que me ajudasse naquele momento a ter forças, a pensar com clareza e encontrar uma solução…
Resolvi, então, mudar a estratégia e comecei a remar a favor da correnteza. Eu sabia que após aquela série de muralhas de pedra, além daquela costa, estariam algumas praias da reserva da Juréia, onde costumávamos ir surfar também.
Naquele época, só se chegava nestas praias através de trilhas abertas na mata, e eu as conhecia razoavelmente bem. Comecei, assim a remar a favor da correnteza, e sempre buscando manter uma distância de segurança do costão, para não correr o risco de ser arremessado para as pedras, mas ao mesmo tempo, conforme iam passado as muralhas, às vezes a costa ficava excessivamente distante…. eu estava praticamente em alto-mar!
Com muito medo de encontrar convidados não esperados por lá, começava a remar desesperadamente de volta em direção às pedras, tentando não me afastar demasiado… Que desespero!…
Até que finalmente avistei uma fina faixa de areia, muito distante. Comecei a remar em direção a ela e contra a correnteza novamente, para não perder a praia… mas não teve jeito, a praia passou… mas eu sabia que já estava na região da reserva da Juréia, e aquela praia deveria ser Juquiazinho. E portanto, a próxima praia não estava longe e deveria ser Parnapuã.
O problema é que o sol já estava se pondo. Eu precisava sair dali rapidamente. Remei forte então em direção às pedras e ao mesmo tempo contra a correnteza, tentando me aproximar da costa, para desta vez, não perder a praia. Deu certo! Passando uma ponta de pedras, vi a areia, agora já não tão longe, e fui remando até chegar na zona de arrebentação, onde quase se forças e já sob a luz da lua, consegui descer deitado mesmo em uma onda que me levou até a areia.
Ufa! Eu estava salvo… quer dizer… mais ou menos, teria que voltar agora à noite pela trilha no meio da reserva da Juréia, Mata Atlântica, quase intocada, sabe-se lá com quem ou o quê no caminho.
Mas não tinha muito o que fazer, juntei forças, comecei a correr pela trilha, para não ficar ali de bobeira. Estava escuro, mas por sorte era lua cheia e o céu estava aberto. Ia pela trilha, apenas com a iluminação da lua. Escorreguei, caí, me cortei, trinquei a prancha, mas segui… cheguei à Praia do Arpoador, etapa vencida. Faltava agora, a trilha para chegar até a Praia do Guaraú.
Segui firme, ora correndo, ora passo acelerado, atento a qualquer barulho ou movimento na mata. Finalmente cheguei, mas havia me esquecido que é necessário cruzar o Rio Guaraú! À noite! Meu Deus!
Não tinha jeito, segui. Cheguei próximo à margem, e pelo reflexo da lua, tentava ver em que direção o rio corria, se em direção ao mar, ou se a maré estava enchendo. A corrente era em direção ao mar e era forte. Por alguns instantes, o pesadelo voltou à minha cabeça, que se o rio me levasse de volta ao mar, o inferno começaria de novo.
Caminhei dentro da mata, subindo o rio, um bom trecho, para ter certeza que quando atravessasse, haveria tempo para cruzar o rio, ainda antes de chegar à praia.
Deu certo, mas não exatamente como eu queria. Ao invés de sair no cais, saí no meio do mato, graças a Deus, não encontrei nenhuma cobra ou outro visitante indesejado. Com alguns espinhos no pé, mas consegui chegar na ruazinha de terra que dá acesso ao cais. Aí pensei… bom, salvo eu estou, mas agora para chegar na estrada, teria que andar por cerca de 1,5km, e eu já estava exausto, com frio, com fome, machucado…
De repente, comecei a escutar um motor de carro, e fui me guiando pelo som, até que encontrei uma caminhonete, onde um senhor estava carregando galinhas. Ele se assustou comigo, surgindo do nada. Expliquei minha história e ele se dispôs a me levar até a estrada. Lá fui eu com as galinhas.
Ele me deixou na beira da estrada porque ia seguir em sentido contrário. E eu, fiquei tentando conseguir outra carona para subir a Serra do Guaraú, rumo a Peruibe. Passados uns 40 minutos, sem carona alguma, eis que surge o meu carro, um Corcel II antigo (eh… tive um desses…rs) com os meus amigos e minhas irmãs.
Eles tinham desistido de me procurar e estavam voltando para Peruibe para fazer o Boletim de Ocorrência no Corpo de Bombeiros. Reencontro emocionante e muita história para contar…
Lições que aprendi nesse dia: muitas. Aprendi que nada na vida está no nosso controle. Aprendi que sim, temos proteção. Muitas coisas poderiam ter me matado naquele dia, mas algo maior que nós presa por nossa vida. Aprendi que temos muito mais força e coragem do que às vezes imaginamos. Aprendi que estar preparado para as atividades que você decide desempenhar, não é um capricho, é uma questão de segurança. Aprendi que estar atento e alerta a todo momento é fundamental para a sobrevivência. Aprendi que às vezes, as coisas não estão tão bem como gostaríamos, mas que sempre podem piorar, e que não devemos gastar tempo, pensando em bobagens como: “mas por que isso está acontecendo comigo”, no momento em que você precisa agir para se salvar. Mas, uma vez superado o risco, é importante refletir sobre o que faria diferente numa nova situação?! O que aprendi com isso?! Aprendi que foco e execução são fundamentais para reverter situações não desejadas e acreditar que sempre, sempre é possível. Finalmente, aprendi a ser grato. Grato pela vida! Grato pelos aprendizados e pelas experiências! Grato por ser parte da Natureza e por ela me ensinar tanto, a ser uma pessoa melhor, um ser humano melhor, uma alma melhor.
Lições que aprendi no mar…
A partir destes episódios um tanto “educativos”, mudei muito minha forma de pensar e agir…. Algumas das muitas lições que aprendi no mar e no surf, foram inspiração para a apresentação que fiz na Convenção de Vendas B2B 2022. Conto logo abaixo, com um pouco mais de detalhe do que apresentei no evento.
1. MINDSET
Surfar demanda esforço e habilidades, mas não apenas físicos. MINDSET é muito importante. Se você não tiver a cabeça de um vencedor, de querer melhorar sempre, nunca desistir, de se superar a todo momento, de se levantar depois de uma grande queda e seguir adiante, de ser paciente, saber a hora certa de esperar, de remar, de ter calma e tranquilidade nos momentos de apuro, respirar, tomar seu fôlego, tomar decisões em segundos, com a mente neutra, sem se afobar… esqueça: você nunca conseguirá surfar. Isso não é muito diferente de Business nem na nossa vida diária. Cabeça de Vencedor permite você ultrapassar qualquer barreira.
Como falamos em detalhes quando exploramos em detalhe: Propósito, cada pessoa é única. Não existe duas pessoas que tenham as mesmas características, dons, potenciais iguais, até mesmos gêmeos univitelíneos, criados no mesmo ambiente, com os mesmos estímulos familiares, sociais e do meio ambiente, tem personalidades e características completamente diferentes. Existe uma expectativa da Criação, de que cada um de nós possamos, através destas combinações de variáveis que nos tornam únicos, que possamos materializar nossa existência em experiências que tornem o mundo melhor. Neste sentido, todos somos sementes com um potencial enorme de realização, porém existem pessoas que nunca desistem até atingirem seu potencial pleno, que infelizmente são minoria, enquanto a maioria, desiste nas primeiras frustrações e esgota sua energia, focando em suas derrotas, e não em como superar os obstáculos, para emergir transformado e mais evoluído na nossa Jornada do Herói individual, de cada um, que também abordamos aqui recentemente em A Jornada do Herói.
Em seu livro “MINDSET – A nova psicologia do sucesso”, Carol S. Dweck, discorre brilhantemente sobre a diferença entre pessoas que têm uma atitude mental de evolução constante, de ser hoje melhor do que ontem, e amanhã melhor do que hoje em tudo o que fazemos. O ambiente nos influencia o tempo todo, se formos acomodados certamente encontraremos facilmente milhares de motivos para explicar porque algo não é possível. Pessoas fantásticas tem uma característica especial. Elas sabem que: “O possível e o impossível antes de acontecerem, são antes imaginados. A diferença entre um e outro está em quem decider executá-los”. Nosso potencial é infinito, mas desde que nascemos ouvimos as crenças limitantes do ambiente com o qual nos relacionamos, somos sufocados com “Esto no se puede hacer”. Exercite que todas as vezes que alguém disser que algo não é possível, questione se é verdade ou se é uma acomodação, uma desculpa, ainda que possa ser verdadeira. Quais são nossos limites?! Temos limites?! Nós somos uma fagulha do Universo. O Universo é infinito, logo somos fagulhas de possibilidades infinitas. Se você limitou suas possibilidades nesta vida, você a está desperdiçando, você, na verdade a está desonrando.
Se você tem o hábito de limitar suas possibilidades nesta vida, com milhares de desculpas e explicações do por que não é possível – você está desperdiçando sua vida – você, na verdade, está desonrando a dádiva da vida que lhe foi oferecida – então você é uma fraude
Entender como funciona sua Mentalidade, se é de crescimento ou de acomodação, é fundamental, é um divisor de águas na sua vida para que você tenha uma vida que vale(u) a pena ser vivida – quando você afasta e despreza os “Não’s” que houve e se aproxima dos “Sim’s” você literalmente começa a viver o seu Propósito, aquilo que verdadeiramente veio fazer aqui, e que só você pode fazer, porque você é ÚNICO! Se você não faz aquilo que havia se proposto, quando aqui desembarcou, e deixa de realizar seu propósito, o mundo fica “manco” por sua parte mal(não)feita, e o todo também perde. Assim, tão importante quanto focar nos seus “SIM’s”, é igualmente importante deixar de desincentivar o propósito dos demais. Eles também trabalham para contribuir como o TODO. Incentive as pessoas, mostre com seu exemplo, que é possível. Mostre que “Tudo vale a pena, se a alma não for pequena”.
Um livro que gosto muito é “Nunca deixe de tentar” do Michael Jordan. Nele, Jordan traz muitos dos conceitos de Mentalidade de Crescimento nos exemplos práticos de sua carreira. Provavelmente Jordan ainda seja o melhor jogador de basquete de todos os tempos. Mas o que o tornava tão diferente?! Leia este livro, recomendo. Jordan fala sobre a importância de ter Metas, saber aonde se quer chegar. Ter um objetivo, para então traçar sua estratégia para conquistá-lo. A evolução se conquista degrau por degrau, superando pequenas metas. Atalhos fáceis são ilusórios. A soma das pequenas metas superadas, resulta em grandes conquistas. Haverá dias bons e dias ruins, faz parte da caminhada. Mas uma atitude de vencedor no longo prazo, não tem como ter outro resultado, que não seja vencer. Se você gastar tempo, imaginando que pode não ser possível, então não construirá seu caminho, sua jornada e certamente o resultado de sua vida será um fracasso. Mindset de vencedor serve para você entender que, o objetivo de uma vida que é se desenvolver, evoluir, já deu certo… basta executar para ajudar a sorte.
Se o livro do Jordan lhe trouxe insights (para mim trouxe vários), eu recomendo fortemente que também assista à serie “Playbook”, disponível na Netflix (pelo menos até a data que publiquei esse artigo). Nela, Patrick Mouratoglou (foi treinador de Serena Williams), Glenn ‘Doc’ Rivers ((técnico do Philadelphia 76ers), Jill Ellis (técnica de futebol britânica) , José Mourinho (técnico de futebol europeu) e Dawn Staley (treinadora da seleção feminina de basquete dos EUA), revelam suas regras e métodos pessoais para alcançar o sucesso nos esportes e na vida. O exercício aqui é identificar o que eles têm em comum e que os tornam excepcionais no que fazem. Como lida(ra)m com o desafios e obstáculos que enfrenta(ra)m e se, se aplicariam para cada um de nós verdadeiramente, honestamente.
2. FLOW e APRENDIZADO
No momento em que se está surfando, você, a prancha e a onda são uma coisa única, nenhum outro pensamento surge. Seus sentidos ficam aguçados, à flor da pele, concentração total, todo o seu ser físico, mental, espiritual está dedicado aquele momento, percebendo cada sensação e o momento presente. Você entra num estado de flow muito grande, de Presença, de se arrepiar por inteiro, de alegria infinita, irrestrita, incondicional. Um estado de Conexão energética profunda do seu ser com o Todo ser. Você se integra a tudo, como se fosse realmente parte da onda, da água, do Sol, do Vento, da brisa do mar. Muito difícil descrever, aquilo que só pode ser sentido e experienciado por cada um de nós diretamente. A experiência da Presença*.
Logicamente, depois daquele momento ímpar, se você cair, ou se você completar a onda, fizer uma super manobra, etc… você tem espaço para racionalizar, tentar entender o que aconteceu naquela onda, pensar sobre o que você fez, comemorar ou se arrepender, mas durante a onda, naquele momento presente, é concentração pura, conexão total.
Se você está totalmente atento e alerta, focado no seu objetivo, na sua meta, e está no flow, entregando o melhor que você pode, por amor ao que faz, sem esperar nada em troca por isso, apenas porque é o que deve ser feito, o resultado sempre vale a pena, porque é aprendizado e evolução, o tempo todo.
Se você está focado no seu objetivo, atento e alerta, entregando o seu melhor, não porque espera algo em troca, mas simplesmente porque é o que deve ser feito naquele momento, você já acertou o alvo
*Comentei sobre Presença. E aqui, aproveito para recomendar a você, querido leitor, o livro “Presença: Propósito Humano e o Campo Do Futuro”, de Peter Senge, com co-autoria de Otto Charmer, Joseph Jaworski e Betty Sue Flowers, onde vemos a comunidade acadêmica resgatando os elementos mais humanos e ancestrais para dar conta das incertezas do nosso futuro nas organizações e como sociedade.
A “Presença” a que me referi, quando comento sobre o Flow durante uma onda, em certa medida, passa pelo que Peter aborda em seu livro. Futuramente pretendo explorar mais o tema por aqui. Por enquanto, fica a dica de leitura, para quem quiserse aprofundar no tema.
3. MEDO
Sempre me perguntam se eu não sinto medo quando vou surfar?! E sempre respondo: lógico que tenho medo, tenho muito medo. Mas, o medo é fundamental porque é uma ferramenta de preservação e sobrevivência. O medo é importante para que possamos nos preparar para enfrentar os riscos e os perigos, alertas, presentes. O importante é como você lida com o medo?!. Ele não pode te paralisar, mas te preparar para agir. Se eu tenho medo sobre os desafios, eu posso gerenciar os meus riscos, posso reconhecê-lo, acolhê-lo e tratá-lo, de forma que me ajude a atingir o resultado. Para surfar você precisa aprender a lidar com o medo e ter coragem. Coragem não é ausência de medo, coragem serve para você usar o medo a seu favor. Para se antecipar, se precaver e agir da melhor forma. Bendito Medo! Bendita Coragem!
Viver a vida com Propósito, Aprendizagem e Atitude
No fechamento da minha apresentação na convenção de vendas, reuni, num único slide, conceitos muito importantes. Aqui, com mais tempo quero comentar alguns deles de forma mais precisa.
Primeiramente, fiz a provocação sobre o Possível e o Impossível. Nossa imaginação é poderosa. Não à toa, Einstein afirmava que a Imaginação é mais importante que o Conhecimento e o motivo é muito simples: o conhecimento, aquilo que já se conhece, é finito, já a imaginação abarca o que se conhece e o que não se conhece. A imaginação é infinita, assim como a existência. Somente através da imaginação se chega a novos conhecimentos, somente através da Imaginação você existe com Propósito. Sem a Imaginação, não existe evolução.
“O possível e o impossível antes de acontecerem, são antes imaginados. A diferença entre um e outro está em quem decider executá-los”
O possível e o impossível antes de acontecerem, são antes imaginados. A diferença entre um e outro está em quem decider executá-los. A diferença entre possível e impossível depende de quem decide executar, quem decide superar os “seus limites”… E qual é o nosso limite?! Temos limites?!
Surf requer Conhecimento, Estratégia e Execução. Não é muito diferente de Business. E não é muito diferente da Vida…
Em “LUZES, INFORMAÇÃO, AÇÃO!!!”, um dos primeiros posts aqui do mindsoultrainer.com, explicamos sobre o Caminho Tríplice do Yoga, conforme descrito em um dos tratados espirituais mais auspiciosos que já tive a oportunidade de estudar, a Baghavad Gita. Ali está claro e diretamente descrito que: Conhecimento, Devoção (ou Propósito) e Ação são os caminhos que todo ser humano que busca a perfeição precisa trilhar. Nossos atos na vida pessoal, profissional, familiar, etc são todos de personagens do mesmo ator. A evolução do Ser pressupõe ação correta (Dharma), em todos os papéis que desempenhamos. Não tem como ser diferente. A fórmula do sucesso engloba tudo isso: aprender, agir e de forma correta, e para que isso funcione, é necessário atenção, foco em suas ações, agir correto, agir atento, no momento presente, em tudo o que você faz, a partir do conhecimento e do propósito. Cor-agir, ou agir a partir do Coração, de onde surge a palabra: CORAGEM.
Por finalizar, espero que tenha te deixado algo e te desejo Coragem para honrar a tua existência!
Boas ondas!
Nos vemos em breve!! 🙂
Excelente texto. Fui envolvido em cada história. Muito legal saber da sua conexão com o mar. Ainda não surfo, mas faço travessias e também aprendi muito cedo a respeitar as águas salgadas.
Bacana França! Também não sabia dessa sua conexão com o mar. Valeu por compartilhar! Abs