Santosha é o Niyama que nos fala sobre o contentamento. Um estado de permanente discernimento, compreensão e gratidão, independente da situação externa. Um sábio entende que adversidades geram aprendizado e evolução, que favorabilidades são momentâneas e passageiras e que a felicidade está no caminho e não no destino.
Conforme falamos nos encontros anteriores, nesse processo de descoberta do nosso verdadeiro Eu, estamos caminhando cada vez mais para o nosso interior. É muito difícil entender Santosha sem de fato silenciar, recolher, perceber, escutar nossa Luz Interior da Consciência. Sem silenciar, cairemos na armadilha comum da mente ordinária e certamente buscaremos julgar, catalogar e racionalizar, e virão perguntas como: Como assim, estar sempre contente e grato, com tudo o que está acontecendo nesse país, nesse planeta, no meu trabalho, na minha família, etc, etc… ?
Aqui esta uma chave do processo de autoconhecimento, onde buscamos nossa autorrealização. Nosso objetivo é o autoconhecimento, e isso não pode e não deve depender exclusivamente do que acontece no nosso exterior. Você não é (ou pelo menos não gostaríamos que você fosse) a violência, as injustiças, a insensibilidade que acontece no mundo. Você está inserido neste contexto, e pode sim, infelizmente também contribuir para piorar o mundo se não estiver atento e consciente dos seus atos, pensamentos, julgamentos. Mas, por outro lado, através de suas ações e mérito, você pode sim, ser alegre e feliz independente do que acontece fora de você. Você pode encontrar a Luz Interior, seu Moksha, o seu Reino dos Céus. Essa é a nossa investigação de hoje: Santosha!
A primeira coisa a observar é que para você ser feliz, você deve querer ser feliz. Explico: atitudes, pensamentos, ações contentes geram contentamento. “Seja a mudança que você quer ver no mundo“, como disse Gandhi. Suas intenções importam, em primeiro lugar. Então Santosha nos diz, esforce-se pelo contentamento e ele acontecerá. Mas, como?!?!…
Vejamos o que está dito sobre Santosha nos Yoga Sutras de Patañjali, Capítulo 2 – Sadhana Pada, aforismo 42:
संतोषातनुत्तमस्सुखलाभः
saṁtoṣāt-anuttamas-sukhalābhaḥ
Uma atitude de contentamento (santosha) gera felicidade sem igual, conforto mental, alegria e satisfação.
Santosha é o contentamento e a serenidade. Estar totalmente satisfeito, independente da situação ou ambiente externo. Ser capaz de aceitar as circunstâncias em que se encontra, sem se aborrecer. Ser capaz de se aceitar e de ter, bem como demonstrar serenidade com todos os outros. Ser capaz de ouvir um discurso doloroso ou de raiva de alguém, sem alterar seu estado interno. Serenidade, tranquilidade de aceitá-lo completamente como uma mensagem instrutiva e construtiva, compreendendo o outro, e depois desapegando-se de qualquer sentimento ou julgamento sobre a experiência, e buscando pacientemente a reforma e mudança no ambiente de alguém e no seu próprio. É um profundo exercício de Empatia e base sobre a sua Paz Interior.
Santosha pressupõe ouvir mais que falar, compreender a situação Real e não a aparente. Compreende calma e tranquilidade para correto discernimento. Daí decorre o contentamento. Em Santosha, não se é contente à toa, do contrário seria ser apático. Um buscador em Santosha sente contentamento perene porque sabe que as situações da vida são relativas e transitórias e que o seu compromisso é com Aquilo que é Definitivo e Verdadeiramente Real, Aquilo que Não Morre, Eterno. Por isso, sabe que não existe motivo para ficar nervoso, com raiva, preocupado, com medo, angustiado, triste, exageradamente feliz ou sentir-se melhor ou superior a qualquer outro. Sabe que estas coisas não são Eternas, e simplesmente passam.
Santosha é um estado interno em que as coisas não o perturbam, nem o exaltam. Nem é apegado, nem repelido por coisas, pessoas ou situações. Permanece em contentamento com a essência da bem-aventurança ininterrupta; Em Santosha (contentamento), o buscador conhece o seu Eu Interior, Eterno, ele está livre da escravidão, fica encantado, não importa o quê, sua vida é sempre vitória; ele se move para onde a Verdade o leva, sem restrições e em êxtase contempla e agradece ao Divino.
Vamos aprofundar esse entendimento através de alguns trechos extraídos do Vivekachudamani (मणिामणि), um tratado introdutório da tradição hinduísta do Advaita (tradição não-dualista, um sem o segundo) Vedanta, tradicionalmente atribuído a Adi Shankara do século VIII. Trata-se de um poema e é considerado um prakaraṇa grantha (manual de ensino) sobre a tradição Advaita. Advaita refere-se à sua ideia de que o verdadeiro eu, Atman, é o mesmo que a realidade metafísica mais elevada do universo, Brahman, portanto não separados. Vivekachudamani significa literalmente “a jóia da crista da discriminação”. Ele expõe a filosofia do Advaita Vedanta na forma de um manual de auto-ensino, com muitos versículos na forma de um diálogo entre um aluno e um professor espiritual. O texto discute os principais conceitos e o viveka (discriminação ou discernimento) entre Real (Imutável, Eterno) e irreal (mutável, temporal) e o autoconhecimento como tarefa central da vida espiritual para Moksha (liberação). Para tanto faz a relação entre o caminho da alma individualizada (atman) até fundir-se com o Divino(Brahman):
521 “Vendo que o estudante digno conquistou a Bem-aventurança do Ser, é iluminado e prostrado, o nobre Mestre, alegre no coração, novamente falou essas palavras supremas.” 522 Uma corrente ininterrupta de percepções de Brahman é esse universo; portanto, sob todos os aspectos, nada mais é que Brahman. Em todas as condições, perceba o Brahman com a visão da iluminação e uma mente serena. É possível que alguém que tenha olhos possa ver algo além de formas por toda parte? Assim também, o que há para engajar o intelecto de uma pessoa realizada, exceto Brahman? 523 Que homem sábio desistiria de se alegrar na felicidade suprema pelo prazer de coisas insignificantes? Quando a lua muito encantadora está brilhando, quem gostaria de contemplar uma lua pintada? 524 Na percepção de objetos irreais, não há o menor contentamento nem a cessação da miséria. Portanto, o conteúdo na realização da essência da Bem-aventurança não-dual permanece feliz, sempre estabelecido no Ser. 525 Ó nobre, contemplando o seu Eu em todos os lugares, contemplando o Eu, passe seu tempo desfrutando da Bem-aventurança do Eu não-dual. 526 No indivisível Absoluto do Conhecimento, o Self, as concepções dualísticas são como castelos no ar. Portanto, alcançando a Paz suprema, viva em silêncio, identificando-se com o Supremo não-dual da Bem-aventurança. 527 A causa de todas as imaginações, a mente, torna-se perfeitamente serena para o sábio que conhece Brahman. De fato, este é o estado de quietude em que, sempre identificado com Brahman, se desfruta constantemente do Absoluto não-dual da Bem-aventurança. 528 Não há nada mais emocionante do que a quietude que advém de estar livre de impulsos sutis (vasanas), para quem conhece a própria natureza essencial da pessoa e saboreia a bem-aventurança do eu. 529 Seja indo ou ficando, sentado ou deitado, ou em qualquer outro estado, o sábio iluminado cujo único prazer é o Eu, vive sempre à vontade. 530 O sábio que possui a perfeita realização da verdade e cuja mente, portanto, não encontra obstruções, não depende mais de condições de lugar, tempo, postura, direção, disciplina moral, objetos de meditação etc. Que fórmulas podem existir para reconhecer o próprio eu? 531 Isso é uma jarra – para saber isso, que condição é necessária, exceto que os meios de conhecimento não apresentem defeitos, o que por si só garante a cognição do objeto? 532 Este Eu, que é uma Verdade eterna, manifesta-se na presença dos meios corretos de conhecimento. Não depende nem do lugar, nem do tempo, nem da pureza (externa). 533 Eu sou “Devadatta”, esse conhecimento direto não depende de outras condições. Precisamente assim, o conhecedor de Brahman percebe que ele é Brahman (sem depender de mais nada). 534 O que de fato pode manifestar Aquele cuja refulgência, como o sol, faz com que todo o universo falso, irreal e sem importância apareça? 535 Aquilo pelo qual todos os Vedas, Sastras e Puranas e todos os outros seres são dotados de significado, em verdade, o que pode iluminar Aquele Conhecedor Supremo? 536 Aqui está o Eu Auto-refulgente, de poder infinito, além de todo conhecimento condicionado e ainda a experiência direta de todos. Livres da escravidão, percebendo isso sozinhos, os melhores entre os conhecedores de Brahman reinam supremos 537 Nem triste nem exaltado, nem apegado nem avesso a objetos dos sentidos, mas satisfeito na essência da Felicidade sem fim, ele ostenta e se deleita com o Eu. 538 Esquecendo sua fome e dores físicas, uma criança brinca com brinquedos. Do mesmo modo, a pessoa sábia é feliz e se diverte sem as idéias de “eu” e “minha”. 539 Livres de ansiedade e humilhação, os sábios comem sua comida e bebem as águas dos rios; eles vivem, livres e independentes, dormindo sem medo em um cemitério ou na floresta; seu manto é o espaço, que não precisa de lavagem ou secagem, ou alguma casca, etc., a terra é sua cama e eles vagam pelas avenidas do Vedanta enquanto se deleitam com o supremo Brahman 540 O conhecedor de Brahman não usa insígnias e não está apegado aos objetos dos sentidos; como uma criança, ele permanece neste corpo sem se identificar com ele e experimenta objetos sensoriais à medida que chegam, pelo desejo de outros. 541 Às vezes, roupas vestidas, às vezes com roupas, às vezes vestindo peles, estabelecidas no plano etéreo do Conhecimento Absoluto, ele perambula pelo mundo, às vezes como alguém embriagado, às vezes como criança e às vezes como fantasma. 542 Sendo da natureza da falta de desejo, o sábio vagueia sozinho, aparentemente desfrutando de objetos sensoriais. Ele permanece sempre satisfeito com seu próprio Ser, permanecendo como o Ser de todos. 543 Sempre alegrando-se no estado feliz de sabedoria, a pessoa realizada vive, às vezes parecendo um tolo, às vezes um sábio, às vezes com grandeza real; ora vagando, ora como uma serpente imóvel; ora respeitado, ora insultado e ora desconhecido 544 Embora sem riqueza, ele esteja sempre contente, embora sem ajuda ele seja muito poderoso, embora não goste de objetos dos sentidos, ele esteja eternamente contente e, embora sem igual, veja a igualdade em todos os lugares. 545 Apesar de agir, ele é inativo, apesar de experimentar os frutos de ações passadas, ele não é tocado por elas, embora tenha um corpo, ele não está identificado com ele e, embora limitado, ele é onipresente. 546 Esse conhecedor de Brahman vive sem a idéia do corpo, e nem o prazer nem a dor, nem o bem nem o mal o tocam. 547 Somente aquele que tem conexões com o corpo grosseiro etc., e é identificado com eles, é afetado pela felicidade e tristeza, pelo bem e pelo mal. Como pode algum bem ou mal ou seus efeitos afetar o sábio que cortou sua escravidão e realizou seu Eu como a Realidade? 548 O sol que parece ser engolido por Raahu não é realmente assim. Pessoas que não têm a verdadeira natureza do sol, em sua ilusão, dizem que ele foi engolido. … 555 O conhecedor perfeito de Brahman se torna eternamente livre, mesmo nesta vida e é cumprido; ele se funde com o não-dual Brahman – que ele sempre esteve – através da destruição de limitações (upadhis). 556 Assim como um ator, se ele veste ou não o traje, é sempre a mesma pessoa, também o conhecedor perfeito de Brahman é sempre Brahman 557 O corpo de um sábio, que se percebeu como o Brahman, pode murchar e cair em qualquer lugar como a folha de uma árvore; (não importa), pois já foi queimado pelo fogo do Conhecimento 558 O sábio que está firmemente estabelecido na Realidade eterna, Brahman, como Bem-aventurança infinita e não dual, depende não da consideração usual de lugar, tempo, etc., para desistir desse pacote de pele, carne e excremento…. 562 “A personificação da consciência” – nessas palavras, as escrituras indicam a verdadeira natureza do Ser. Tendo estabelecido sua realidade, as escrituras falam apenas da destruição de aparentes condicionamentos. 563 “Imortal é este Eu (Atman), meu querido” – essa passagem das escrituras fala do Imortal no meio de coisas finitas e sujeitas a modificações. 564 Assim como pedra, árvore, palha, grão, casca, etc. são reduzidas a cinzas quando queimadas, também todo o universo objetivo que compreende o corpo, órgãos dos sentidos, Pranas, mente etc. é reduzido ao Eu supremo quando queimado. o Fogo do Conhecimento 566 Assim como a escuridão – que é distintamente diferente da luz solar – desaparece na refulgência do sol, também todo esse universo objetivo desaparece em Brahman. 567 Assim como quando um pote é quebrado, o espaço do pote se torna o espaço ilimitado, também, quando os condicionamentos são destruídos, o conhecedor de Brahman se torna o próprio Brahman. 568 Assim como o leite derramado no leite, o óleo no óleo e a água na água se tornam unidos e um, assim também, aquele que percebeu o Sefl se torna um com o Ser. … 573 Os conceitos de que a escravidão é e não é, são, com referência à Realidade, apenas atributos do intelecto. Eles nunca pertencem a Brahman, a eterna Realidade
Agora sob esse olhar de Santocha, os convido a revisitar o famoso Sermão da Montanha proferido por Jesus (relatado na Bíblia Sagrada, em Matheus 5). Entenda que, aquilo que passa, e não é eterno, é o que Jesus relativiza e reduz sua importância, ao mostrar-nos o Caminho e a Vida, ao apresentar-nos o que pode alcançar um Bem-Aventurado que conhece, ou deixa conhecer, pelo o que é o Eterno. Santocha é a Bem-Aventurança, a do Céu que já existe dentro de cada um de nós – a Bem-Aventurança da nossa Luz Interior da Consciência, que deixamos de acessar quando nos perdemos na nossa mente ordinária, nos nossos apegos, desejos, ego.
Jesus, vendo as multidões, subiu a um monte e, assentando-se, os seus discípulos aproximaram-se dele. 2 E Jesus, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos Céus. 4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 5 Bem-aventurados os humildes, porque herdarão a terra. 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11 Bem-aventurados sois vós quando vos insultarem, e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. 12 Exultai e alegrai-vos sobremaneira, pois é esplêndida a vossa recompensa nos céus; porque assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós. O cristão deve ser sal e luz 13 Vós sois o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, com o que se há de temperar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Uma cidade edificada sobre um monte não pode ser escondida. 15 Igualmente não se acende uma candeia para colocá-la debaixo de um cesto. Ao contrário, coloca-se no velador e, assim, ilumina a todos os que estão na casa. 16 Assim deixai a vossa luz resplandecer diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. A Lei se cumpre em Cristo 17 Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas. Eu não vim para anular, mas para cumprir. 18 Com toda a certeza vos afirmo que, até que os céus e a terra passem, nem um i ou o mínimo traço se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. 19 Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos Céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos Céus. 20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus. 21 Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás; mas quem assassinar estará sujeito a juízo”. 22 Eu, porém, vos digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a juízo. Também qualquer que disser a seu irmão: Racá, será levado ao tribunal. E qualquer que o chamar de idiota estará sujeito ao fogo do inferno. 23 Assim sendo, se trouxeres a tua oferta ao altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa ali mesmo diante do altar a tua oferta, e primeiro vai reconciliar-te com teu irmão, e depois volta e apresenta a tua oferta. 25 Entra em acordo depressa com teu adversário, enquanto estás com ele a caminho do tribunal, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao carcereiro, e te joguem na cadeia. 26 Com toda a certeza afirmo que de maneira alguma sairás dali, enquanto não pagares o último centavo. Adultério no coração 27 Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28 Eu, porém, vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, em seu coração, já cometeu adultério com ela. 29 Se o teu olho direito te leva a pecar, arranca-o e lança-o fora de ti; pois te é mais proveitoso perder um dos teus membros do que todo o teu corpo ser lançado no inferno. 30 E, se tua mão direita te fizer pecar, corta-a e atira-a para longe de ti; pois te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. O casamento é sagrado 31 Foi dito também: ‘Aquele que se divorciar de sua esposa deverá dar a ela uma certidão de divórcio’. 32 Eu, porém, vos digo: Qualquer que se divorciar da sua esposa, exceto por imoralidade sexual, faz com que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério. Votos e juramentos 33 Também ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente teus juramentos ao Senhor’. 34 Entretanto, Eu vos afirmo: Não jureis de forma alguma; nem pelos céus, que são o trono de Deus; 35 nem pela terra, por ser o estrado onde repousam seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. 36 E não jures por tua cabeça, pois não tens o poder de tornar um fio de cabelo branco ou preto. 37 Seja, porém, o teu sim, sim! E o teu não, não! O que passar disso vem do Maligno. Jamais use a vingança 38 Ouvistes o que foi dito: “Olho por olho e dente por dente”. 39 Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas se alguém te ofender com um tapa na face direita, volta-lhe também a outra. 40 E se alguém quiser processar-te e tirar-te a túnica, deixa que leve também a capa. 41 Assim, se alguém te forçar a andar uma milha, vai com ele duas. 42 Dá a quem te pedir e não te desvies de quem deseja que lhe emprestes algo. Ame os que o odeiam 43 Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. 44 Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; 45 para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois que Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. 46 Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos igualmente assim? 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de notável? Não agem os gentios também dessa maneira? 48 Assim sendo, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus.
No capítulo 30 do Tao Te Ching está dito por Lao Tsé:
“… O mestre faz seu trabalho e depois pára. Ele entende que o Universo é eternamente incontrolável e que tentar dominar os eventos vai contra a correnteza do Tao. Porque acredita em si mesmo, ele não tenta convencer os outros. Porque está contente consigo mesmo, ele não precisa da aprovação dos outros. Porque ele aceita a si mesmo, o mundo inteiro o aceita.” Isso é Santocha.
Por terminar, Santocha, assim como todo o Yoga, é uma filosofia de vida. Pensar em tudo como Divino nos traz contentamento pois estamos pensando sobre nós mesmos que também somos Divinos. Ser Divino é um fato. Todos os mestres apontam para isso. Estar Divino é uma opção do ser humano pela sua possibilidade, mal utilizada do livre-arbítrio. Muitos poderes, muitas responsabilidades. O Divino está em toda parte, basta querermos ver e agir a partir do Coração. “Mas abençoados são os vossos olhos, porque enxergam; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois com certeza vos afirmo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram; e ouvir o que ouvis, e não ouviram [Mateus 13, 16]. “Conforme Yogi Bhajan, indiano que se mudou para América para ensinar Kundalini Yoga na década de 60: “If you can’t see God in all, you can’t see God at all”. SANTOSHA! 🙂
Nos vemos em breve!
Créditos:
http://www.advaitin.net/PranipataChaitanya/Vivekachudamani%20eBook%20FinalFinal1.pdf
https://www.inner-quest.org/Vivekachudamani.htm
Tao Te Ching, [Lao Tse]
Bíblia Sagrada, King James atualizada
https://www.churchofjesuschrist.org/bible-videos/videos/sermon-on-the-mount-the-higher-law?lang=eng#gallery=img-1
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