Brahma-Charya
Hoje seguiremos nossa investigação sobre Yamas. Falaremos do último, mas não menos importante yama: Brahma-Charya. Vejamos o que nos diz o aforismo II.38 dos Yoga Sutras:
ब्रह्मचर्य प्रतिष्ठायां वीर्यलाभः
brahma-carya pratiṣṭhāyāṁ vīrya-lābhaḥ
brahmacharya = caminhar na consciência da realidade mais elevada, realidade absoluta, lembrar do divino, praticar a presença de Deus a todo momento; continência dos sentidos
pratisthayam = ter estabelecido firmemente, estar bem fundamentado em
virya = força, vigor, vitalidade, coragem
labhah = é adquirido, atingido, ganho
Tradução: Executar cada ação com a consciência de um ideal superior (brahma-charya) gera uma força tremenda
Brahmacharya traz virya: Ao observar, estar atento e respeitar a mais alta energia da realidade, a energia não é dissipada. Ao não ser dissipado, cresce. Assim, ganhamos força, vigor, vitalidade e coragem. Na verdade, virya é um aspecto de nossa natureza mais sutil, que existe desde sempre.
Esse aforismo é controverso pois muitas vezes é entendido de uma forma equivocada como simplesmente um dogma em quanto à prática do Celibato. E claro, no mundo em que vivemos: onde em sua extensa maioria, enxerga-se apenas o aparente, onde impera apenas o que se vê e sente, onde o dinheiro, o sexo são sinônimos de poder, falar em celibato sem profundidade é quase uma afronta aos doutores da matéria. Contudo, nosso objetivo aqui, como dizemos desde o início, é investigação honesta, sem pré-julgamentos, em busca de autoconhecimento e autorrealização. Isto inclui a visão mais aparente da matéria, mas não se restringe a ela. No caminho da autorrealização, a matéria é parte integrante, mas não completa e suficiente, como já temos visto e falado nas oportunidades anteriores. Vamos em frente.
Vejamos: Em Brahmacharya, o celibato não é a causa, mas sim o efeito, e por isso uma análise pouco profunda acaba por afastar buscadores da autorrealização sobre seu real entendimento. Mas, por que é consequência, efeito e não causa? A prática (a causa) de constante lembrar-se e respeitar a realidade mais alta, a Verdade Absoluta, o Divino, a Presença de Deus, faz com que naturalmente o yogi, o buscador espiritual, considere dentro de sua prática espiritual a atenta observação e o controle sobre os seus impulsos sensoriais, porque do contrário seria um comportamento pouco racional e completamente desassociado do Divino (infelizmente comum nos tempos em que vivemos). Assim que, em outras palavras, se você se vigia segundo a Ordem Divina, e se observa em tudo o que faz neste sentido mais nobre, inclusive sobre suas práticas sensoriais, onde inclui-se o sexo, então naturalmente você o fará com mais critério, amorosidade e espiritualidade envolvida. Este é o entendimento correto acerca deste Yama.
O desejo sexual tem seu propósito, ele facilita o processo de procriação no reino animal, e os animais se entregam a ele principalmente para esse fim. Mas notem que na maioria das espécies, há uma estação de acasalamento específica; os animais não se entregam à atividade sexual voluntariamente e a todo momento. Como os seres humanos têm intelectos maiores (será?!) e a liberdade (será?!) de se entregar à vontade, a atividade de procriação é convertida em um meio de gozo licencioso. Onde pecamos?
Entendamos que nossa existência em suma é uma manifestação energética – e a forma de energia mais poderosa em um ser humano, assim como em qualquer outro ser vivo é a potencialidade de gerar outro ser, pois envolve uma grande e complexa quantidade de energia para que seja possível a criação – não por acaso nos alimentamos de sementes, ovos, frutos pois são em essência a energia concentrada com a potencialidade de um novo ser vir a ser. Em algumas espécies a geração de um novo ser chega a ser o último ato do progenitor, como acontece com algumas espécies de insetos, onde o macho literalmente vira fonte de energia para os recém nascidos poderem se alimentar e crescer. Assim, não é por acaso que após um orgasmo se sinta cansaço, sonolência, exaustão. Em francês um sinônimo para orgasmo é “le petite mort”, ou “a pequena morte”, referindo-se ao período refratário que ocorre depois do orgasmo, que busca descrever a perda da consciência ou desmaio pós-orgástico das pessoas em experiências sexuais.
A energia sexual é portanto extremamente poderosa, e logo demanda energia. Por consequência traz consigo grande responsabilidade sobre como a empregamos e onde investimos nossa energia. Assim, como tudo na vida, mas especialmente em algo energeticamente tão importante, nossas decisões sobre seu uso têm consequências. Energia sexual tem poder, para o bem e para o mal. Basta ver a barbaridade de violência que presenciamos diariamente por temas relacionados, seja violência contra mulher, casos diários de estupro, pedofilia, escândalos envolvendo falsos celibatários, falsos gurus, falsos padres, falsos bispos, etc… assim como fobias de todos os tipos relacionadas à orientação sexual.
Podemos aqui fazer uma bela analogia da energia sexual no ser humano com a energia atômica para a sociedade. Grandes poderes, grande potencial para coisas boas ou coisas muito ruins. De fato, a energia sexual está associada à energia atômica segundo uma visão esotérica em diversas tradições, associada a conceitos alquímicos, onde a transmutação energética está relacionada à evolução espiritual. Cada tradição possui seu próprio dogma acerca do celibato e, como não poderia deixar de ser, é um tema bastante controverso. Onde existe poder, existe controvérsia, faz parte da natureza mesquinha e manipuladora do ser humano pouco evoluído espiritualmente. Aqui, como sempre procuramos fazer, como meros buscadores/observadores, evitamos quaisquer julgamentos ou críticas, procuramos analisar fatos e o que dizem as principais tradições:
Gênesis 2,3
“…. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal … E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.… Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. …E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam. …Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
… Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. … Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.
No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.
E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes. E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; Ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,
O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.“
Esta passagem do Gênesis talvez seja a mais conhecida porém mal compreendida história do Antigo Testamento. Em verdade ela contém uma série de símbolos e conhecimentos esotéricos. Por ora vamos nos ater ao fato de que desde o princípio Deus ordenou que as relações entre homem e mulher fossem observando as suas instruções. E que a queda do Eden foi causada por essa não observância. Pronto, aí está a analogia de Brahma-Charya na visão monoteísta do Deus de Abraão.
E assim, em diversas outras partes da Bíblia Cristã. Em Tessalonicenses 4:3-5: “Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus.” Notem a palavra vaso e os sinônimos de concupiscência abaixo:
concupiscência
substantivo feminino
1. cobiça de bens materiais.
2. anelo de prazeres sensuais.
3.FILOSOFIA – no agostinismo, luxúria carnal, desejo libidinoso.
4. FILOSOFIA – no tomismo medieval, desejo de prazer gerado por uma realidade física, material.
5.TEOLOGIA – aspiração humana de bens naturais ou sobrenaturais.
movimento de amor em direção a Deus e aos homens.
6.PEJORATIVO – cobiça natural do homem pelos bens terrenos, consequência do pecado original e que produz desordem dos sentidos e da razão.
Efésios 5 “3 Mas, entre vocês, não deve haver sequer um indício de imoralidade sexual, ou de qualquer tipo de impureza, ou ganância, porque estas são impróprias para o povo santo de Deus.”
Hebreus 13:4: “Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará. ”
Coríntios 7:3-4: “O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do mesmo modo a mulher ao marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher.” – Uma melhor interpretação desse versículo na linguagem de hoje: “o marido deveria servir com todo seu amor à sua esposa e a esposa deve servir com todo o seu amor ao seu marido”
Coríntios 7:5: “Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos juntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.”
Provérbios 5 15:19 “15 Beba água da sua própria cisterna e água corrente do seu próprio poço. 16 Suas fontes devem transbordar nas ruas, suas correntes de água nas praças públicas? 17 Sejam seus sozinhos, para nunca serem compartilhados com estranhos. Que sua fonte seja abençoada e se regozije na esposa de sua juventude. 19 Uma corça amorosa, um cervo gracioso – que os seios dela sempre o satisfaçam, que você se sinta intoxicado com o amor dela.”
Corintios 6 13:20 13 Você diz: “Alimento para o estômago e estômago para comida, e Deus destruirá os dois”. O corpo, no entanto, não se destina à imoralidade sexual, mas ao Senhor, e o Senhor ao corpo. 14 Pelo seu poder, Deus ressuscitou o Senhor dentre os mortos, e ele também nos ressuscitará. 15 Você não sabe que seus corpos são membros do próprio Cristo? Devo então pegar os membros de Cristo e uni-los com uma prostituta? Nunca! 16 Você não sabe que quem se une a uma prostituta é um com ela no corpo? Pois é dito: “Os dois se tornarão uma carne”. 17 Mas quem está unido ao Senhor é um com ele em espírito. 18 Fuja da imoralidade sexual. Todas as outras frases que uma pessoa comete estão fora do corpo, mas quem é sexualmente, peca contra seu próprio corpo. 19 Você não sabe que seus corpos são templos do Espírito Santo, que está em você, a quem você recebeu de Deus? Você não é seu; 20 você foi comprado por um preço. Portanto, honre a Deus com seus corpos.
Em todas estas referências bíblicas de alguma forma se enfatiza o conceito de Brahmacharya, onde existem diferentes situações, textos e expressões, porém o conceito de “Executar cada ação com a consciência de um ideal superior” sempre está presente.
No Taoísmo entende-se qi (ou chi) como a Força da vida (mesmo conceito de Prana no Yoga, que veremos adiante com mais detalhes), que permeia tudo que existe. A Filosofia do Tao didaticamente divide o qi em dois – Yin e Yang (energias: positiva e negativa) – a perfeita harmonia e bem estar físico e espiritual se obtém pelo equilíbrio entre as duas forças. No corpo humano, o chi assume a forma de jing (a essência que nos dá vida). Assim os taoístas acreditam que qualquer doença se inicia pela perda de jing, até o ponto em que jing se esgota no momento de nossa morte. No sêmen, óvulos, estão as maiores concentrações de jing no corpo humano. Por isso, os taoistas entendem ser precioso não perder muito de seu sêmen. Devido a isso, os homens chineses antigos foram aconselhados a não ejacular durante o sexo. No Tao, não se desincentiva o sexo, mas se desincentiva a ejaculação no sexo.
No Tantrismo, uma das vertentes Shivaista do Hinduísmo, tem-se a mesma linha. A energia sexual representada pela Kundalini (a serpente enrolada três vezes e meia na região do períneo) é a energia feminina com potencialidade nata da evolução espiritual a partir da transmutação desta energia. Para tanto é necessária a prática fiel e consciente de Brahmacharya, além das demais práticas de Raja-Yoga que seguiremos estudando nos nossos encontros. Algumas tradições de Yoga como Kriya Yoga e Kundalini Yoga, apoiam-se nesta crença e tecnologia. Nestas tradições a energia sexual é o principal combustível para a transcendência espiritual a partir da canalização desta energia, segundo a tecnologia yogi-tântrica. Falaremos mais adiante das diversas linhas do Yoga e nos aprofundaremos neste tema em específico oportunamente.
Na Bhagavad Gita 6.14 diz-se: “Assim, com uma mente serena, destemida e inabalável, e firme no voto de celibato, o iogue vigilante deve meditar em mim, tendo-me sozinho como objetivo supremo.”
Ayurveda, a ciência indiana da medicina elogia o brahmacharya (a prática do celibato) por seus benefícios excepcionais à saúde. “Ó sábio, agora, por favor, deixe-me saber o segredo da saúde”. Dhanvantari respondeu: “Esta energia seminal é verdadeiramente o atman. O segredo da saúde está na preservação dessa força vital. Quem desperdiça essa energia vital e preciosa não pode ter desenvolvimento físico, mental, moral e espiritual. ” Segundo o Ayurveda, quarenta gotas de sangue são produzidas por uma gota de sêmen. Aqueles que desperdiçam seu sêmen desenvolvem prán instável e agitado. Eles perdem sua energia física e mental e enfraquecem sua memória, mente e intelecto. A prática do celibato leva a um aumento da energia corporal, clareza do intelecto, força de vontade gigantesca, memória retentiva e um agudo intelecto espiritual. Cria um brilho nos olhos e um brilho nas bochechas.”
Em seu livro: “The mood and the Lotus”, Angelo Aulisa Atmo Manik, a descreve da seguinte forma: “Brahmacharya é um estado de orgasmo infinito, mas não como o dos seres humanos (ordinários), que é pequeno e nada se compara com o orgasmo vasto e imenso de Brahmacharya. Brahmacharya é quando sua alma se derrete, e desaparece no Cosmos. A alquimia que deriva de tal evento é chamada Brahmacharya, quando, essencialmente você vive um orgasmo cósmico. estático e de felicidade por vinte e quatro horas ao dia. É tal que você não tem mais qualquer necessidade do pequeno orgasmo humano, o qual você obtém da união da polaridade, que é momentâneo e temporal, mas apenas um vislumbre do que é possível com sob o terno estado de Brahmacharya, vinte e quatro horas, trezentos e sessenta e cinco dias no ano. Quando a sua alma se dissolve no Cosmos e o Cosmos começa a viver em você. Então a sua alma é uma alma cósmica. Esta alquimia, essencialmente, o torna tão vasto quanto o Universo e em paz com Ele… Então você compreende que a necessidade do sexo é transcendida para sempre. Se ele ocorre eventualmente é por diversão, mas não por necessidade. Brahmacharya é um estado de eterna gratitude, beleza, paz, alegria, êxtase em uma palavra, um estado de orgasmo eterno, com a existência inteira em unicidade e indivisibilidade eterna.” [Atmo Manyk]
Em todas estas tradições, podemos verificar que de alguma forma, mais ou menos rígidas, o buscador espiritual é orientado sobre a importância do zelo e cuidado sobre a sua atividade sexual. Todas apontam e enfatizam que existe uma razão muito mais nobre para essa função tão importante para o desenvolvimento humano, do que o simples prazer do corpo. E, se pararmos um pouco para pensar, a falta de consciência sobre esse fato, talvez seja uma das principais causas das mazelas da humanidade que vivenciamos nos dias de hoje. A falta de consciência causada pela ilusão da separação, da dualidade, do bem e do mal. O fruto da árvore proibida abriu nossos olhos para o bem e o mal, para a dualidade, ou visto de outra forma fechou nossos olhos para a Unicidade, para a visão de que somos Um ?! A verdadeira árvore da sabedoria é a árvore da Vida. Dessa, precisaremos vencer a astúcia da serpente para provar da Árvore da Vida ainda em vida, para apenas assim viver eternamente.
Na próxima oportunidade, iniciaremos a investigação sobre os Niyamas, ou seja, deixamos de olhar primordialmente nossa conduta moral e ética, as restrições externas, segundo a filosofia do Yoga e passaremos a investigar a conduta disciplinar, uma observância mais interna, segundo a mesma filosofia. Como dissemos logo no início dessa jornada, seguiremos caminhando do mais externo rumo ao nosso interior, na direção e sentido, do denso ao sutil.
Até a próxima oportunidade! 🙂
Créditos:
“The mood and the lotus” – [Angelo Aulisa Atmo Manik]
br.pinterest.com
https://www.gnosisonline.org/tantrismo/o-fogo-sexual-e-a-espiritualidade/
https://vedabase.io/pt-br/library/bg/10/28/
http://pt.krishna.com/os-quatro-princ%C3%ADpios
https://www.holy-bhagavad-gita.org/chapter/6/verse/14
https://filosofiapereneeuniversal.blogspot.com/2016/04/os-anos-perdidos-de-jesus-ii-educadores.html