Inteligência Artificial traz risco para o ser humano, mas também um impulso compulsório para o ganho de Consciência

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ou
ARTIFÍCIO DE INTELIGÊNCIA

Imagem gerada por IA - Midjourney

Neste final de ano de 2024, por razões evidentes, resolvi abordar aqui o tema IA – Inteligência Artificial. Principalmente porque acredito verdadeiramente que estamos num momento de inflexão na nossa evolução, assim como outros grandes eventos que no passado transformaram a existência humana. Estamos num momento histórico. 

Assim como foi a descoberta do uso do fogo, da agricultura, da domesticação dos animais, das máquinas a vapor, da revolução industrial, da energia elétrica, dos motores a combustão, do eletromagnetismo, das telecomunicações, dos computadores, da Internet... A Inteligência Artificial está mudando rapidamente tudo o que entendemos em termos de escala e velocidade para criar novas soluções (e novos problemas também). Nada diferente das revoluções anteriores, com exceção à velocidade com o que ocorre, e que apesar de seus erros e acertos nos trouxeram até aqui, com nossas comodidades, mas também com nossas mazelas… “Para seguir adiante, é necessário deixar algo para trás”

Para os menos familiarizados com IA – uma rápida explicação, começando por uma definição bastante simples “Máquinas atuando de forma que parecem ter inteligência”. Existem atualmente 3 (três) tipos principais de Inteligência Artificial mais ativas em desenvolvimento: i) Aprendizado de Máquina – relacionado ao processo de ensinar a máquina a realizar determinada tarefa; ii) Processamento de Linguagem Natural – lida com transformar a comunicação entre homem e máquina na linguagem natural dos seres humanos e não ardilosa programação de computadores em bits e bytes; iii) Robótica – atividades mecânicas em que robôs podem substituir o ser humano e/ou realizar atividades de risco ou mesmo impossíveis a nós.

 

Mas, primeiramente o que é “Inteligência” ?! 

Se analisarmos a etimologia da palavra (fontes: etymonline.com e dicionarioetimologico.com) –  intellegere, de inter: “entre” e legere: “recolher”, “fazer escolha”, “ler”, i.e., saber juntar as letras. Inteligência portanto é algo como “saber ler nas entrelinhas”.e

 

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etimologia da palavra inteligência (fonte: etymonline.com)

O que difere o ser humano dos demais seres ?! Perguntei para a própria Inteligência Artificial (fonte: ChatGPT 4.0) e obtive a resposta abaixo:

O que distingue o ser humano dos demais seres vivos está ligado a uma combinação única de características físicas, cognitivas e culturais. Aqui estão alguns dos principais fatores:

1. Capacidade de Pensamento Abstrato e Racional – Humanos podem formular ideias complexas, planejar a longo prazo e criar sistemas simbólicos, como a matemática, a escrita e a linguagem.

2. Autoconsciência – A habilidade de refletir sobre si mesmo, questionar a própria existência e buscar um propósito é uma característica marcante.

3. Linguagem Complexa – Embora outros animais tenham formas de comunicação, a linguagem humana é altamente estruturada e permite a transmissão de ideias abstratas, histórias e culturas.

4. Criatividade e Cultura – Humanos criam arte, música, literatura e tecnologias, desenvolvendo culturas diversificadas e acumulando conhecimento ao longo das gerações.

5. Ferramentas Avançadas – Apesar de outros animais usarem ferramentas, os seres humanos as desenvolvem de maneira altamente sofisticada, criando máquinas e tecnologias que mudam seu ambiente.

6. Moralidade e Ética – Humanos têm um senso de certo e errado que transcende o instinto, baseado em valores, princípios e empatia.

7. Consciência da Morte – Diferente de outros animais, os humanos têm plena consciência de sua mortalidade, o que influencia a forma como vivem e se relacionam com o tempo.

8. Transformação do Ambiente – Humanos não apenas se adaptam ao ambiente, mas o modificam em escalas massivas, criando cidades, agricultura e tecnologia

Destas características elencadas acima, todas verdadeiras, é fato. Contudo, interessante notar que no dia a dia da grande maioria da humanidade, muito pouco ou quase nada destas características incríveis são utilizadas, ou potencializadas. A grande maioria das pessoas, de fato, não questiona sua existência, não se lembra que irá morrer um dia, não tem qualquer preocupação com o Meio Ambiente, ética ou moral. Poucos tem um pensamento racional elaborado, ou treinam linguagens complexas, ou exercitam sua criatividade verdadeiramente. Antes de buscar de quem estou falando, apontar um dedo, para nossa reflexão coletiva apenas: quão humanos realmente temos sido?!

 A Base Física da Inteligência

Allen Newell e Herbert A. Simon

 Em 1975, Allen Newell e Herbert A. Simon proferiram a décima Turing Lecture, uma  série de palestras patrocinadas pela Association for Computing Machinery em homenagem a Alan  Turing, o ‘pai’ da ciência da computação moderna. Neste discurso, eles explicitaram e formularam o que eles chamaram de a Hipótese do Símbolo Físico, uma teoria geral e qualitativa com uma hipótese científica sobre a natureza da inteligência. Em suas próprias palavras: 

 “Um sistema de símbolos físicos tem os meios necessários e suficientes para a ação inteligente”

 Por necessário, implica que qualquer sistema que se encontre na natureza exibindo inteligência, pode ser modelado por um sistema de símbolos físicos. Por suficiente, os autores querem dizer que qualquer sistema de símbolos físicos de tamanho suficiente pode ser organizado ainda mais para exibir inteligência geral. 

A Inteligência Artificial versus Inteligência Humana

Se a hipótese acima estiver correta, e aparentemente tudo leva a crer, pelo menos até o momento que está, então fisicamente não existe barreiras para a evolução da inteligência artificial, evoluir até ao ponto de superar o ser humano e sua inteligência física, momento batizado na literatura como “Singularidade” e que acredita-se, possa acontecer em algum momento dentro dos próximos 20 anos. 

Neste caso, apesar de um cenário assustador, também é bom poder se prever um futuro onde teremos quase que obrigação, para nossa sobrevivência, desenvolver esta Inteligência (com I maiúsculo) que vai além desta inteligência física… Esta mesma Inteligência que nos permitiu sobreviver às diferentes épocas, perigos e desafios, através da Criatividade, da Intuição, do sentido do Coletivo, da Sabedoria dos Mestres, da Devoção e Respeito à orientação do que é Maior que nós mesmos, i.e., das verdadeiras características humanas, que vão muito além do fracasso que temos sido como seres humanos nos últimos séculos…

A Inteligência Artificial é o desconforto, a provocação, para que o ser humano evolua para o seu potencial verdadeiro, que vai além de repetir padrões, copiar comportamentos, se movimentar com as massas – a Era da Inteligência Artificial exigirá do ser humano, de fato utilizar seu potencial criativo, inventivo, de transcendência de religare, que o faz ser um ser tão especial, mas que infelizmente, a grande maioria não desenvolve. E por mais que os desafios de vida de cada pessoa seja distinto, podemos afirmar que a principal causa é a acomodação e o conformismo. De tempos em tempos, são necessárias as benditas crises, para tirar o ser humano do conforto e lhe trazer à sua responsabilidade de seguir evoluindo.

Imagem gerada por IA - Midjourney

É nesse ponto que voltamos ao Propósito da Vida, o propósito da nossa Evolução como seres humanos, o propósito do Autoconhecimento, e de nossa Missão como seres humanos nesta vida. Nenhuma máquina jamais terá a Inteligência Humana em seu pleno potencial, mas elas certamente irão superar, e por muito, a inteligência dos medíocres, dos preguiçosos, das pessoas que não honram a existência, a vida, a espécie humana, porque preferem seguir distraídos em suas simulações, sem compromisso com sua própria evolução e a evolução da humanidadeSerá que as próprias máquinas, programadas para maior eficiência, irão tolerar tamanho desperdício do uso da Vida ?!…

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